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O 455.º dia de guerra ficou marcado por um discurso do Presidente russo no Fórum Económico da Eurásia. Durante o evento Vladimir Putin voltou a apontar o dedo ao Ocidente, que acusou de tentar “chantagear” outros países a cortarem as relações com Moscovo. As declarações surgem no mesmo dia em que o Presidente da China, Xi Jiping, prometeu que a Rússia terá o “apoio firme” de Pequim, nomeadamente em “questões de interesse fundamental”.

Esta quinta-feira também estão estão em destaque as críticas do líder do grupo Wagner dirigidas ao ministro da Defesa russo, com quem está em guerra aberta há vários meses. Numa longa entrevista publicada esta quarta-feira no canal no Telegram, Yevgeny Prigozhin admitiu o fracasso da campanha russa na Ucrânia, alertou para o risco de uma revolução e pediu às elites que levem guerra a sério e parem de “abanar os rabos ao sol”. “Amo a minha pátria, sirvo Putin, Shoigu deve ser julgado e vamos continuar a lutar”, acrescentou.

Chefe do grupo Wagner admite fracasso da campanha militar russa na Ucrânia

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Estes são os principais acontecimentos que marcaram as últimas horas:

O que aconteceu durante a noite?

  • Os dirigentes norte-americanos suspeitam que os serviços de informações ucranianos tenham estado por trás do ataque com drone que sobrevoou, no início do mês, o Palácio do Kremlin, a residência oficial do Presidente russo.
  • O vice-líder dos serviços de informações ucranianos, Vadym Skibitsky, reconheceu que há planos em Kiev para matar o Presidente russo.
  • O líder do Corpo de Voluntários Russos e um membro da Legião da Liberdade deram esta quarta-feira uma entrevista a vários meios de comunicação social sobre os ataques levados a cabo nos territórios russos perto da fronteira com a Ucrânia.
  • Um tribunal na cidade russa de Rostov-on-Don vai julgar cinco homens estrangeiros acusados de combater ao lado das forças ucranianas contra a Rússia.
  • Um tribunal militar russo marcou para 31 deste mês o julgamento de cinco cidadãos europeus acusados de terem combatido como mercenários em Mariupol com o Batalhão Azov.
  • Os Estados Unidos estão a investigar os relatos de que veículos norte-americanos terão sido usados pelas milícias privadas anti-Putin nos ataques à região russa de Belgorod, revelou o porta-voz da Casa Branca, John Kirby.
  • O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, apelou ao povo do Irão para que não seja mais “cúmplice” do terror russo, aludindo aos drones Shaheds de fabrico iraniano que atingem o território ucraniano diariamente.
  • Os diretores da empresa estatal russa de energia atómica (Rosatom) e da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) reuniram-se esta quarta-feira em Pequim para falar da segurança na central nuclear de Zaporijia, no sudeste da Ucrânia e sob controlo russo.
  • O Governo do Japão anunciou esta quarta-feira a entrega de uma centena de veículos militares à Ucrânia, na sequência de um acordo alcançado com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
  • A rapidez é chave. E é por isso que os Países Baixos querem começar o mais rapidamente possível o treino de pilotos ucranianos nos caças F-16, defendeu a ministra da Defesa Kajsa Ollongren numa carta dirigida ao parlamento.
  • O ministro das Relações Exteriores brasileiro, Mauro Vieira, alertou sobre os riscos de não se alcançar a paz no conflito na Ucrânia, se o mundo continuar a cancelar a Rússia.
  • O ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano instou os países africanos a abandonarem a sua posição de neutralidade em relação à guerra que a Rússia trava na Ucrânia.

O que aconteceu durante a tarde?

  • O maior porta-aviões do mundo, o norte-americano USSGerald R Ford, está a caminho da Noruega para exercícios. O movimento pode também ser visto como uma demonstração da força da NATO numa em que as tensões entre a aliança e a Rússia estão novamente a escalar.
  • O Ministério da Defesa britânico apontou que desde janeiro mais de mil militares russos deixaram os seus postos desobedecendo a ordens superiores, mais do que em todo o ano de 2022. A informação foi divulgado num dia em que o Secretário da Defesa do Reino Unido esteve de visita a Kiev.
  • O secretário geral da NATO deu a entender num evento em Bruxelas que, enquanto a guerra na Ucrânia durar o país não terá oportunidade de se juntar à Aliança no Atlântico Norte. “A questão está no que acontece quando a guerra acabar”, afirmou.
  • Denis Pushilin, o líder separatista da autoproclamada República de Donetsk, visitou Bakhmut esta terça-feira e, numa publicação na rede social Telegram, referiu-se à cidade pelo nome por que era conhecida no período da União Soviética — Artemovsk. A partir de agora, acrescentou, a “cidade russa” deverá ser conhecida por esse nome.
  • Com o objetivo de se distanciar da Rússia, a principal igreja ortodoxa ucraniana mudou a data de celebração do Natal para o dia 25 de dezembro. “Hoje em dia, o calendário Juliano é visto como estando relacionado com a cultura religiosa russa”, justificou a igreja.
  • Dois soldados do batalhão ucraniano Azov, que defendeu a cidade de Mariupol durante vários meses em 2022, foram condenados a 13 anos de prisão pela Justiça russa por uma alegada tentativa de homicídio de um civil, noticiou a RIA Novosti.

O que aconteceu durante a manhã?

  • Vários ataques com drones atingiram entre a noite de terça-feira e esta quarta-feira a região russa de Belgorod, que recentemente tem sido alvo de grupos armados. O governador local indicou que nove civis ficaram feridos durante as incursões e ainda estão hospitalizados, incluindo três nos cuidados intensivos. O ministro da Defesa russo avisou que Moscovo vai reagir “de forma extremamente dura” a novos ataques no seu território.
  • A Rússia quer alcançar objetivos “no curso da operação militar especial ou por outros meios disponíveis”, sublinhou o porta-voz do Kremlin. Segundo Dimitry Peskov, nesta fase é “muito cedo” para falar sobre um plano de reconciliação.
  • O primeio-ministro chinês, Li Qiang, afirmou que a China está disposta a trabalhar com a Rússia para que a sua cooperação pragmática em diferentes campos chegue a um “novo nível”. As declarações foram feitas depois de um encontro com o homólogo russo, Mikhail Mishustin, que por sua vez disse que as ligações entre a China e Rússia estão num alto nível “sem precedentes”.