Um evento de apoio à resposta humanitária no Corno de África reuniu 2,4 mil milhões de dólares (2,23 mil milhões de euros) para assistência a 32 milhões de pessoas, informou esta quarta-feira a Organização das Nações Unidas (ONU).

Com o Corno de África a enfrentar os impactos combinados de uma seca histórica, conflitos e choques económicos, os doadores responderam a um apelo das Nações Unidas e prometeram entregar recursos adicionais com urgência, para evitar que o cenário piore ainda mais na Etiópia, Quénia e Somália.

Os fundos anunciados permitirão que as agências humanitárias sustentem canais de entrega de alimentos, água, cuidados de saúde, nutrição e serviços de proteção.

“Congratulamo-nos com os anúncios de apoio ao povo do Corno de África, que precisa do nosso compromisso contínuo para se recuperar de uma crise de proporções catastróficas”, disse a secretária-geral adjunta das Nações Unidas para Assuntos Humanitários e vice-coordenadora de Ajuda de Emergência, Joyce Msuya.

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“Devemos persistir em pressionar por investimentos intensificados, especialmente para reforçar a resiliência das pessoas que já sofrem o impacto das mudanças climáticas”, acrescentou Msuya, citada em comunicado.

Apesar das doações, o valor ainda está distante dos sete mil milhões de dólares (6,5 mil milhões de euros) requeridos pela comunidade humanitária para dar resposta e proteção às pessoas afetadas por secas e conflitos na região em 2023.

O Corno de África é o centro de uma das piores emergências climáticas do mundo. Estima-se que 43.000 pessoas morreram no ano passado na Somália devido à seca, sendo que metade das quais eram crianças menores de 5 anos, de acordo com dados da ONU.

Além disso, milhões de pessoas continuam deslocados por causa da seca e conflitos.

O evento desta quarta-feira foi realizado no momento em que as chuvas começam a aliviar os impactos da seca, mas também acarretam novos riscos e desafios.

As inundações já causaram danos generalizados e afetaram pelo menos 900.000 pessoas, segundo as Nações Unidas.

Mais inundações são esperadas ainda este ano, em parte devido ao fenómeno “El Niño”, que poderá levar a mais deslocamentos, mortes e doenças.

O evento foi organizado pelos Governos de Itália, Qatar, Reino Unido e Estados Unidos da América, em colaboração com Etiópia, Quénia e Somália, e com o apoio da ONU.