A ministra dos Negócios Estrangeiros da Noruega, Anniken Huitfeldt, defendeu esta quarta-feira que a Suécia deve integrar a NATO antes da cimeira da Aliança Atlântica a realizar-se em Vilnius, Lituânia, em julho.
“A Suécia deve tornar-se um membro de pleno direito da NATO o mais rapidamente possível e antes da cimeira de Vilnius, em julho”, declarou a chefe da diplomacia norueguesa durante uma conferência de imprensa em Oslo, antes da reunião informal dos ministros dos Negócios Estrangeiros da Aliança a decorrer esta quarta-feira e quinta-feira na capital norueguesa.
O chefe da diplomacia da Suécia, Tobias Billstrom, também participará no encontro, embora Estocolmo ainda não tenha aderido à organização transatlântica. “A Suécia cumpre todos os critérios, pelo que não há absolutamente nenhuma razão para desacelerar a entrada da Suécia”, disse Huitfeldt.
A Suécia, um país tradicionalmente neutro, candidatou-se no ano passado, juntamente com a Finlândia, a ingressar na NATO, como resultado da invasão russa da Ucrânia.
A Turquia e a Hungria são os dois únicos países-membros da NATO que ainda não ratificaram a adesão da Suécia à organização, sendo o Governo turco aquele que tem colocado maiores dificuldades.
Ancara argumenta que as autoridades suecas não estão a fazer o suficiente para extraditar dissidentes com asilo no país escandinavo que a Turquia acusa de terrorismo.
Esta quarta-feira, a chefe da diplomacia norueguesa informou que levantou por várias vezes a necessidade de a Turquia aprovar a entrada da Suécia na NATO, nas frequentes reuniões com o seu homólogo turco, Mevlut Çavusoglu, que não estará presente na reunião de Oslo, devido a compromissos políticos em Ancara.
Sobre uma futura entrada da Ucrânia na NATO, Huitfeldt lembrou que todos os aliados concordam que este país acabará por integrar a organização transatlântica e que cabe a Kiev e aos países da Aliança decidir quando isso irá acontecer.
“Não cabe a Moscovo decidir. A questão não é se a Ucrânia deve tornar-se parte da família euro-atlântica ou não. Trata-se de saber quando e como”, acrescentou a ministra, prometendo discutir o assunto na reunião com os chefes de diplomacia da Aliança Atlântica.
Sobre os ataques de drones (aparelhos aéreos não tripulados) em Moscovo de que a Rússia acusa a Ucrânia, a ministra norueguesa admitiu que existe “informação muito limitada” e que é muito difícil obter “informação fidedigna sobre o que está a acontecer”.
Quanto ao sucessor do secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, cujo mandato termina no final de setembro, a ministra norueguesa não quis especular sobre possíveis candidatos ou sobre se o político norueguês que agora ocupa o cargo poderá continuar à frente da Aliança depois de 30 de setembro.