Uma comediante de Singapura está a ser investigada depois de, durante um espetáculo em Nova Iorque, ter feito piadas com referência ao voo MH370 da Malaysia Airlines, que desapareceu em 2014.

A polémica instalou-se depois de um vídeo do espetáculo de Jocelyn Chia ter sido publicado nas redes sociais. A piada não agradou a todos, especialmente à polícia malaia que, segundo a CNN, vai pedir ajuda à Interpol para descobrir a identidade completa e o paradeiro da comediante.

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O vídeo mostra uma parte do espetáculo de Jocelyn onde a mesma começa por falar da rivalidade histórica entre Singapura e a Malásia, que em tempos fizeram parte do mesmo país. A comediante compara a situação com o final de um namoro, afirmando que a Singapura tinha tido a melhor “vingança da separação”: tornou-se num “país de primeiro mundo” enquanto a Malásia “ainda era um país em desenvolvimento.”

Jocelyn brincou depois com o facto de os malaios não os visitavam há muito tempoo porque os aviões deles “não conseguem voar”. Ao perceber que o público não recebeu bem o comentário, acrescentou: “O quê? O desaparecimento [do avião] da Malaysia Airlines não tem piada, é? Algumas piadas não aterram.”

O voo MH370 da Malaysia Airlines desapareceu misteriosamente a 8 de março de 2014 quando viajava de Kuala Lumpur, na Malásia, para Pequim, na China. Apesar de terem sido realizadas buscas no Oceano Índico durante quatro anos, o avião nunca foi encontrado. A bordo seguiam 239 pessoas.

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Jocelyn será investigada ao abrigo das leis da Malásia sobre discurso de ódio e conteúdos online ofensivos. De acordo com a CNN, o embaixador da Singapura na Malásia afirmou que a comediante não falava em nome dos cidadãos do seu país. Também o ministro dos Negócios Estrangeiros do mesmo país comentou a situação, afirmando estar “chocado com as declarações horrendas”. “Valorizamos os nossos laços com a família e amigos na Malásia e lamentamos a ofensa e mágoa causadas a todos os malaios”, disse, citado no The Guardian.

À CNN, Jocelyn adiantou que, durante um ano e meio, o seu espetáculo foi apresentado “mais de cem vezes” e nunca nenhum problema tinha surgido. “Depois de uma reflexão, vejo que ter este clip fora do contexto de um clube de comédia é arriscado”, afirmou.