A Polícia Nacional e a Polícia da Catalunha desmantelaram uma rede organizada localizada em Madrid e Barcelona que forçava mulheres jovens de origem bósnia e croata à prostituição e ao roubo no metro.

Segundo as autoridades, durante a operação quatro mulheres, de nacionalidade bósnia e croata, foram libertadas, em conjunto com os seus filhos, fruto de relações com os raptores e seis pessoas foram detidas, quatro em Sabadell, em Barcelona, e duas em Alcorcón, em Madrid, ficando em prisão preventiva, como indica o El Mundo.

Os agentes investigavam a rede criminosa desde 2022 e concluíram que pertencia a um grupo com várias organizações compostas por famílias de origem bósnia espalhadas por toda a Europa e envolvidas em vários crimes.

A organização desmantelada aliciava mulheres muito jovens com a promessa de irem trabalhar para Espanha para ajudarem as suas famílias. Ao chegarem, eram confrontadas com a realidade de que estavam dentro de uma rede e expostas a uma extrema violência, muitas vezes sujeitas a agressões sexuais. As jovens ficavam sob domínio dos criminosos, os quais exigiam semanalmente uma elevada quantia de dinheiro, podendo chegar aos 5.000 euros, recorrendo à prostituição e a roubos de carteiras e malas de turistas no metro, como noticia o El Confidencial.

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A organização era liderada por homens das famílias, embora estivessem duas mulheres a cargo do controlo e supervisão das atividades das vítimas. Para estabelecerem contacto com outras organizações, os chefes vendiam algumas das mulheres e as suas filhas menores, obrigando-as a casar com homens pertencentes a outras famílias.

Para além das detenções, foram realizadas três buscas domiciliárias, duas em Sabadell e uma em Alcorcón, tendo sido apreendidos sete relógios e quatro diamantes avaliados em 655 mil euros, um carro, 6.015 euros e 771 dólares em dinheiro (aproximadamente 703 euros), várias peças de joalharia de ouro, vários dispositivos eletrónicos e informáticos e documentação relevante para a investigação.

Como indica o El Mundo, a organização bósnia já era conhecida pela atividade criminosa, uma vez que em 2012 foi alvo de várias detenções, por parte da Polícia Nacional, devido a roubos nas estações mais frequentadas da capital, onde aproveitavam as horas mais movimentadas para roubar os turistas sem que estes se apercebessem. Como medida cautelar, o juiz decretou que a rede criminosa estava proibida de aceder ao metro, mas após terem recorrido o Supremo Tribunal decidiu a favor, alegando que a medida era “desproporcionada”. A chefe da organização foi expulsa de Espanha em 2019.