O antigo primeiro-ministro Boris Johnson foi contratado para editorialista do tabloide conservador Daily Mail, mas se o seu futuro político pode ser incerto, após a sua saída do Parlamento britânico, a sua carreira nos media parece estar assegurada.

Uma semana depois de ter anunciado a sua demissão de deputado, na sequência de um relatório parlamentar que o considera culpado de mentir ao Parlamento, além de ser acusado atentar contra a democracia, Daily Mail escrevia na sua primeira página, que tinha contratado um misterioso “novo colunista erudito”, cujas palavras eram esperadas “em Westminster e em todo o mundo”.

Se o futuro político de Boris Johnson pode parecer incerto, a sua carreira mediática está assegurada, já que o antigo primeiro-ministro foi contratado para editorialista pelo tabloide britânico Daily Mail, um regresso ao jornalismo por si só controverso, noticia a agência France Press.

No final desta sexta-feira, o jornal Daily Mail confirmou o que parecia ser óbvio: “Falava de Boris Johnson, que irá publicar um editorial todos os sábados nas suas colunas, já a partir desta semana”. Num vídeo publicado no site do jornal, Boris Johnson promete: “Vou dizer exatamente o que penso” e falar de política “o menos possível”.

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A nova atividade vai granjear-lhe grande visibilidade nos meios de comunicação social, uma vez que lançou uma guerra aberta contra o seu sucessor Rishi Sunak e não excluiu a hipótese de um regresso.

Além disso, será também uma confortável fonte de rendimento para Boris Johnson, que faz 59 anos na segunda-feira, está prestes a ter o seu oitavo filho e acaba de comprar uma mansão perto de Oxford.

A imprensa britânica diz que Boris irá ganhar várias centenas de milhares de euros por ano, sem quantificar o valor, a que se juntam os milhões que ganhou nas conferências que deu, desde que saiu de Downing Street.

No entanto, a sua nomeação já foi criticada pela comissão encarregada de supervisionar as nomeações privadas dos eleitos, a fim de evitar conflitos de interesses, sendo que a comissão afirmou que “não foi notificada a tempo” de emitir um parecer, segundo noticia a AFP. Um porta-voz de Boris Johnson disse que estava “em contacto” com a comissão – que não pode impor sanções – e que tinham sido seguidos os “procedimentos normais”.

Antes de se dedicar à política como Presidente da Câmara de Londres e em vários governos, Boris Johnson começou como jornalista estagiário no The Times, graças a ligações familiares. Em 1989, tornou-se correspondente em Bruxelas do Daily Telegraph, onde criticou as instituições europeias, antes de se tornar colunista político, em Londres, para este diário conservador e para a revista The Spectator.