Os líderes europeus reúnem-se esta quinta-feira em Bruxelas para uma cimeira do Conselho Europeu dominada pelas migrações e pelo reequilíbrio da estratégia para a China, mas com a rebelião dos mercenários Wagner na Rússia em pano de fundo.

A cimeira terá início pelas 13h locais (12h em Lisboa) com um almoço entre os representantes dos 27 Estados-membros e o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), Jens Stoltenberg, para antecipar a cimeira da Aliança Atlântica, em julho, e abordar a rebelião do grupo paramilitar Wagner contra o Kremlin, no passado fim de semana.

O primeiro-ministro português, António Costa, vai participar na cimeira do Conselho Europeu.

A Ucrânia é o tópico seguinte na agenda dos líderes europeus e está prevista a participação por videoconferência do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. Na discussão deverá entrar a destruição da barragem da central hidroelétrica de Nova Kakhovka, a 6 de junho.

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Num rascunho das conclusões da cimeira, a que a Lusa teve acesso, os chefes Estado e de Governo da UE vincam que o bloco comunitário “continuará a prestar um forte apoio financeiro, económico, humanitário, militar e diplomático à Ucrânia e ao seu povo durante o tempo que for necessário”.

Condenando “com a maior veemência a destruição deliberada” da barragem, que tem “consequências humanitárias devastadoras”, os líderes europeus criticam Moscovo por “transformar os alimentos em armas”, dada a ameaça russa de não renovar o acordo de exportação de cereais no Mar Negro, cujo prazo expira em meados de julho.

Ainda esta quinta-feira está prevista uma discussão alargada sobre migrações, que, de acordo com fontes europeias, consumirá grande parte da discussão, depois de, em meados de junho, os ministros europeus terem chegado a acordo para reformar as regras sobre as migrações e asilo.

“O recente e trágico naufrágio no Mediterrâneo e as muitas vidas perdidas recordam-nos claramente a necessidade de continuarmos a trabalhar incansavelmente no nosso desafio migratório europeu. Após um relatório da presidência do Conselho e da Comissão, analisaremos a situação migratória e os progressos na aplicação das nossas conclusões de fevereiro”, assinala o presidente do Conselho Europeu na missiva enviada aos 27.

Neste Conselho Europeu os líderes também discutirão a renovação da estratégia para a China, país que é simultaneamente encarado pelos 27 como um adversário e como um parceiro em questões como as alterações climáticas e o papel que Pequim pode desempenhar no fim da guerra na Ucrânia.

Esta discussão está prevista para sexta-feira, dia que terá também um ponto sobre a segurança económica da UE, proveniente de uma proposta do executivo comunitário apresentada há uma semana com o propósito de debelar as fragilidades com países como a Rússia e a China.