O número de pessoas em lista de espera por uma cirurgia nos Açores aumentou, pelo segundo mês consecutivo, em maio, para um total de 10.192 inscritos, segundo dados da Direção Regional da Saúde.

“Em maio de 2023, aguardavam em LIC [lista de inscritos para cirurgia] um total de 10.192 utentes, o que corresponde a um incremento de 0,2% (mais 23 utentes), face ao mês anterior. Quando comparado com o mesmo período homólogo, verifica-se um aumento de 0,6% (mais 59 utentes)”, lê-se no boletim informativo mensal da Unidade Central de Gestão de Inscritos para Cirurgia dos Açores, consultado esta terça-feira pela Lusa e disponível na página da Internet da Direção Regional da Saúde.

Já em abril a lista de espera cirúrgica nos Açores tinha registado uma subida de 2,7% (265 utentes) face ao mês anterior, mas tinha baixado 0,4% em comparação com o período homólogo (menos 37 utentes).

O Hospital do Divino Espírito Santo (HDES), em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, o maior da região, era o que concentrava mais doentes em lista de espera para cirurgia (6.326) no final de maio, seguindo-se o Hospital de Santo Espírito da Ilha Terceira (HSEIT), com 2.589 utentes, e o Hospital da Horta (HH), na ilha do Faial, com 1.252 utentes.

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A subida da lista de espera, face ao mês anterior, registou-se apenas no Hospital da Horta, que apresentava mais 25 utentes inscritos, enquanto o HDES e o HSEIT baixaram um utente cada.

Quanto ao número de propostas cirúrgicas em espera nos Açores (há utentes que estão inscritos para várias cirurgias) era de 11.310 no final de maio (menos duas do que em abril), tendo descido em Ponta Delgada (0,1%) e Terceira (0,7%) e aumentado na Horta (2,1%).

Segundo o relatório, o tempo médio de espera por uma cirurgia nos Açores, no final de maio, era de 366 dias (cerca de um ano), mais dois dias do que em abril e menos 72 do que no período homólogo.

É em Ponta Delgada que se espera mais tempo (390 dias), mas o hospital manteve o mesmo tempo médio de espera do mês anterior, ao contrário do HSEIT (342) e do HH (297), que aumentaram seis e três dias, respetivamente.

As três unidades de saúde apresentavam um tempo médio de espera acima dos tempos máximos de resposta garantidos (TMRG) regulamentados, que preveem que uma cirurgia com prioridade normal seja realizada no máximo em 270 dias.

Apenas 59,9% das cirurgias realizadas em maio nos Açores ocorreram dentro do TMRG, menos 2,8 pontos percentuais do que em abril.

A produção cirúrgica no Serviço Regional de Saúde dos Açores em maio foi superior à de abril, mas inferior à registada no período homólogo.

“Foram realizadas 787 cirurgias. Estes valores representam um crescimento de 40,8% (mais 228 cirurgias), face ao mês anterior. Na comparação com o mesmo mês do ano 2022, regista-se uma redução de 17,8%, ou seja, menos 170 cirurgias realizadas”, lê-se no relatório.

De acordo com o relatório trimestral, também disponível na página da Direção Regional da Saúde e que apresenta dados mais pormenorizados, no final de março, as especialidades cirúrgicas com maior volume de propostas em lista de espera eram ortopedia (3.099), cirurgia geral (2.274) e oftalmologia (1.695).

A maioria das especialidades cirúrgicas registou uma redução da lista de espera face ao mês anterior, com exceção de ortopedia (mais 239 propostas) e cirurgia pediátrica (mais 32 propostas).

Cirurgia plástica e reconstrutiva (733 dias), ortopedia (438 dias), cirurgia vascular (388 dias) e cirurgia geral (352 dias) são as especialidades em que os utentes aguardam mais tempo para a realização de uma cirurgia nos Açores.