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A noite do 512.º dia da guerra ficou marcada por mais uma vaga de ataques russos às cidades portuárias de Odessa e Mykolaiv. Esta última foi o principal foco das bombas russas durante a madrugada desta quinta-feira, com os ataques a atingirem zonas civis residenciais. Os dados mais recentes apontam para pelo menos 2 mortos e mais de 20 feridos (incluindo várias crianças).

“Infelizmente, há feridos e mortos… As minhas condolências às famílias e amigos!”, lamentou o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, numa mensagem publicado no Twitter em que reagiu a mais uma vaga de ataques russos.

Eis um resumo dos outros acontecimentos que marcam o 512.º dia da invasão:

O que se passou durante a noite:

  • O governo húngaro insistiu hoje que vai continuar a negar apoio ao financiamento europeu de remessas de armas para a Ucrânia enquanto Kiev mantiver o maior banco húngaro, o OTP, na lista de empresas sancionadas por apoiar a Rússia;
  • A Rússia garantiu hoje que não planeia atacar embarcações civis no Mar Negro — isto após ter anunciado uma mudança à sua política, segundo a qual passaria a considerar todos os barcos com destino à Ucrânia como potenciais transportadores de equipamento militar (e, deste modo, alvos militares legítimos);
  • Volodymyr Zelensky voltou a alertar para a necessidade de reforçar as capacidades de defesa do espaço aéreo, no seguimento de mais uma madrugada de ataques russos, que mataram 3 pessoas em Mykolaiv e Odessa;

Rússia diz ter derrubado outro drone ucraniano após ataque com um morto

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  • As forças russas derrubaram mais um “drone” ucraniano na península da Crimeia, divulgou esta quinta-feira o governador da região ocupada pela Rússia, horas depois de ter denunciado um bombardeamento com um destes dispositivos, que resultou num morto;
  • A Rússia e a China começaram hoje uma série de exercícios conjuntos da Marinha e da Força Aérea navais e aéreos no Mar do Japão, de acordo com os meios de comunicação estatais de Pequim;
  • O Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês confirmou que o edifício consular de Pequim na cidade ucraniana de Odessa susteve danos durante o ataque russo da última madrugada;
  • O Reino Unido anunciou novas sanções ao comando militar do grupo Wagner pelas ligações dos mercenários a vários massacres, violações e tortura no continente africano;
  • O Presidente russo Vladimir Putin inaugurou esta quinta-feira, em Murmansk, aprimeira linha do ArcticLNG 2, um gigantesco projeto de gás natural liquefeito (GNL) no Ártico, do qual a francesa TotalEnergies se retirou em 2022;
  • Quinze crianças ucranianas deportadas ilegalmente para a Rússia foram encontradas na Geórgia, confirmou hoje o comissário do parlamento ucraniano para os direitos humanos;

Mercenários do Grupo Wagner realizam manobras com exército da Bielorrússia

O que se passou durante a tarde?

  • O Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) irá reunir-se amanhã para debater as “consequências humanitárias” da suspensão russa do acordo de exportação de cereais do Mar Negro;
  • A União Europeia deu hoje os primeiros passos para a adoção de um plano para a ajuda militar a longo-prazo para a Ucrânia, numa proposta orçada em 20 mil milhões de euros;
  • O Ministério da Defesa ucraniano replicou as ameaças russas, afirmando que iria considerar todas as embarcações que se encaminhassem para portos russos ou ucranianos no Mar Negro ocupados por forças russas como possíveis transportadores de armas, segundo um comunicado emitido esta terça-feira;
  • O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, classificou a Polónia como um país “agressivo” na sequência da decisão de Varsóvia de reforçar a segurança nas suas fronteiras;
  • As sanções da União Europeia à Rússia foram prolongadas até ao final de janeiro de 2024;
    Moscovo anunciou que vai impor restrições a diplomatas britânicos. A medida surge em retaliação a “ações hostis” por parte do Reino Unido, argumenta o Kremlin;

“Escalada já está a ocorrer e pode intensificar-se”

  • O plano da Comissão Europeia para utilizar bens congelados russos para financiar o esforço de guerra na Ucrânia não será oficialmente proposta até setembro, confirmou um porta-voz de Bruxelas;
  • O secretário-geral da ONU, António Guterres, condenou “fortemente” os ataques russos a Odessa e a outros portos ucranianos no Mar Negro, segundo o seu porta-voz, Stéphane Dujarric;
  • O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) informou hoje que os especialistas da organização na central nuclear de Zaporijia, sul da Ucrânia, ainda estão sem acesso às coberturas da instalação para verificar a existências de explosivos;
  • O Reino Unido contrariou publicamente a versão da Rússia de que o embaixador britânico em Moscovo tinha sido chamado de urgência para uma reunião no Ministério dos Negócios Estrangeiros russo;
  • Um grupo cibercriminoso pró-Kremlin tem atacado nos últimos dois dias páginas oficiais na Internet de bancos e de organismos do Estado espanhol, a poucos dias das eleições legislativas no país, disse hoje a empresa VisionWare.

O que se passou durante a manhã?

  • A Força Aérea ucraniana diz ter abatido cinco mísseis de cruzeiro e 13 drones kamikaze russos lançados contra Mykolaiv e Odessa durante a madrugada;
  • A Bielorrússia anunciou que estará a fazer exercícios militares com o grupo Wagner a apenas cinco quilómetros da fronteira com a Polónia;
  • No seu habitual briefing diário, os Serviços Secretos britânicos dizem que a Rússia já teria decidido sair do acordo de exportação de cereais há muito tempo, porque já não servia os seus interesses;

Borrell acusa Rússia de estar a provocar crise alimentar mundial

  • O alto representante da União Europeia para a Política Externa, Josep Borrell, acusou a Rússia de estar a provocar uma crise alimentar global ao atacar de forma perversa silos de cereais no porto de Odessa;
  • A ministra dos Negócios Estrangeiros da Alemanha diz que a Ucrânia será apoiada a “virar cada pedra para encontrar rotas alternativas de transporte” de cereais;
  • O líder da Cruz Vermelha da Bielorrússia revelou na televisão estatal que a organização esteve diretamente envolvida na transferência de crianças ucranianas para a Bielorrússia, a partir das regiões ocupadas pela Rússia.

Kiev também vai considerar navios que cruzem o mar Negro como potenciais alvos militares