“Obrigado!”. A palavra em português foi repetida várias vezes pelo Papa este domingo em cima do altar-palco, no Parque Tejo, depois da Missa de Envio — momentos antes de anunciar que Seul é a cidade que vai receber a próxima Jornada Mundial da Juventude. Era um momento de despedida, mas Francisco queria vincar o reconhecimento por todo o trabalho feito e que permitiu por de pé a JMJ2023 — e não poupou nas palavras.

“O patriarca de Lisboa [Manuel Clemente] acaba de nos explicar que ‘obrigado’ não só expressa a gratidão pelo que foi recebido, mas também o desejo de corresponder”, começou por contextualizar, dizendo de seguida ao que ia: “Antes de me despedir eu também quero dizer: obrigado!”

Eram só as primeiras de muitas vezes que a palavra portuguesa fora referida por Francisco. O primeiro agradecimento foi para Manuel Clemente, para a Igreja e para todo o povo português. Palavras que arrancaram um aplauso de quem assistia.

Lisboa: “casa da fraternidade, cidade de sonhos”

De seguida, foi a vez de se dirigir a Marcelo Rebelo de Sousa: “Obrigado, senhor Presidente, que nos acompanhou em todos os eventos dos últimos dias”. Também as instituições nacionais e locais foram mencionadas nos agradecimentos por todo o “apoio e assistência” dado à Jornada Mundial da Juventude.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“Obrigado aos bispos, sacerdotes, consagrados e laicos”, continuou o Pontífice, para logo de seguida se dirigir ao acolhimento de Lisboa, cidade que tratou por tu: “Obrigado a ti, Lisboa, que vais ficar na memória destes jovens como casa de fraternidade e cidade de sonhos”. As palavras foram recebidas com grande entusiasmo pelos milhares de jovens presentes — calcula-se que estivessem presentes cerca de um milhão e meio de pessoas.

Houve ainda uma palavra de reconhecimento e agradecimento para o cardeal Farrel, prefeito do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida; aos voluntários da Jornada Mundial da Juventude; e a João Paulo II — “que deu vida” ao evento.

As guerras no mundo, a “querida Ucrânia” e as raízes

De seguida, houve uma saudação para todos os jovens. Para os que estavam presentes e para os que não conseguiram estar presentes em Lisboa — seja por que motivo seja, incluindo por questões relacionadas por conflitos e guerras (“e no mundo são muitas”).

“Neste continente, sinto uma grande dor pela querida Ucrânia, que continua a sofrer tanto”, disse o líder da Igreja católica, partilhando um sonho seu quando ainda estava a ser aplaudido: “Amigos, permitam que também eu, já com alguma idade, partilhe com vocês, jovens, um sonho que trago no coração: o sonho da Paz”.

Insistindo na relevância do diálogo inter-geracional, ideia já antes transmitida, o Papa lançou um último agradecimento e um apelo: “Obrigado às nossas raízes, aos nossos avós, que nos transmitiram a fé e o horizonte de uma vida. São eles as nossas raízes”: “De regresso a casa continuem a rezar pela paz […] vocês são a esperança”.