Pelo menos 20 civis foram mortos após bombardeamentos na cidade de Omdurman, no âmbito de confrontos entre o exército sudanês e os paramilitares das Forças de Apoio Rápido (RSF), segundo o Ministério da Saúde sudanês.

Por seu lado, as RSF afirmaram, num comunicado publicado na rede social X (antigo Twitter), que os seus membros conseguiram causar “pesadas perdas de vidas” depois de terem atingido a cidade de Omdurman.

“De acordo com as estatísticas preliminares, 174 pessoas foram mortas e mais de 300 ficaram feridas e foram levadas para o Hospital Al Naw”, acrescentou.

Os Comités de Resistência de Abu Rouf, em Omdurman, disseram que esse bairro teve de ser evacuado durante os combates, que também atingiram outros bairros próximos, como Beit al-Mal e Al-Shuhada, segundo o diário Sudan Ajbar.

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Os recentes combates, que se intensificaram nos últimos dois dias, sobretudo no norte de Cartum e em Omdurman, mas também nas regiões do Cordofão e do Darfur, provocaram deslocações maciças de civis.

Número de deslocados por causa do conflito no Sudão já ultrapassa 4 milhões

O exército sudanês bombardeou no domingo o Palácio da República, no centro de Cartum, que está sob o controlo da RSF desde o início do conflito, em 15 de abril, segundo a Rádio Dabanga.

Sudão. Confrontos fizeram pelo menos 56 mortos

A RSF declarou na sexta-feira que as suas forças tinham tomado o controlo do estado do Darfur Central, e da sua capital, Zalingei, mas o exército sudanês desmentiu “categoricamente” esta afirmação num comunicado, no sábado.

Antes dos combates, o país era governado por uma junta liderada pelo general Abdel Fattah al-Burhan, cujo “número dois” era o comandante militar da RSF, Mohamed Hamdan Dagalo, conhecido como Hemedti.

As divergências entre as duas partes sobre a integração dos paramilitares num futuro exército unificado acabaram por degenerar neste conflito.