Quarenta e três segundos mal chegam para lavar as mãos de acordo com as regras da pandemia de Covid-19, mas foram o suficiente para fazer despenhar a sonda russa Luna-25 que seria a primeira a pousar no polo sul da Lua.

Os propulsores que deveriam ter colocado a sonda tripulada à distância na órbita de pré-aterragem estiveram ligados durante 127 segundos em vez dos programados 84, explicou o diretor da agência espacial russa (Roscosmos), Yury Borisov, citado pela agência de notícias russa TASS.

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A sonda falhou assim a órbita elíptica que lhe permitiria pousar suavemente na cratera Bogulawsky e despenhou-se cerca de 45 minutos depois da manobra falhada — pelo menos, foi nesse momento que os controladores perderam o contacto com a nave. A sonda já tinha feito outros ajustes de voo que correram dentro do esperado.

Yury Borisov acrescentou que as manobras de ajuste à órbita pretendida foram testados várias vezes em Terra num simulador de voo antes de o equipamento ser colocado na sonda.

Em setembro do ano passado, o sistema de aterragem também tinha apresentado problemas nos testes obrigando ao adiamento do lançamento da missão por quase um ano. O sensor Doppler de velocidade e distância fabricado pela Vega Concern, de propriedade da Rostech State Corporation, teve um desempenho inferior ao esperado em termos de precisão de medição, noticiou, na altura, a TASS.

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Um dos grandes objetivos desta missão seria conseguir pousar numa região do planeta cravada de crateras e onde as manobras para uma alunagem suave são essenciais.