Muitos abraços, alguma água pelo ar, a reunião de todo o grupo no centro do relvado, mais abraços já em grupos de dois ou três. O golo de Bruma a sete minutos do final com direito a camisola tirada, o habitual balão vermelho que o extremo enche e a festa junto da bancada onde os adeptos minhotos desciam todas as escadas a correr para se aproximarem dos jogadores já tinha dado o mote mas o apito final naquele Estádio Olímpico que já antes tinha dado alegrias aos portugueses foi o carimbo definitivo do regresso do Sp. Braga à fase de grupos da Liga dos Campeões mais de uma década depois. Na zona de entrevistas rápidas, aquele “uuffaaaa” de quem sai com o sentimento de dever cumprido era a expressão mais ouvida.

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“É mais uma página de ouro que conseguimos escrever na história do Sp. Braga. Mais do que alívio, é o sentimento de missão cumprida. Tínhamo-nos comprometido que este ano seria um ano de um grande ambição nossa de poder entrar na fase de grupos da Liga dos Campeões. Fomos muito capazes, uma equipa de grande caráter e de grande coragem. Só assim era possível vencer, porque tínhamos pela frente um grande adversário, um ambiente muito adverso e estou muito feliz, não consigo sequer descrever o quanto, porque é mais uma vez fazer parte da história do meu clube e de páginas douradas”, começou por referir Artur Jorge, treinador dos arsenalistas, na zona de entrevistas rápidas da Eleven após o encontro.

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“O que fez a diferença? Foi o saber preparar bem o jogo, saber ter um grupo de jogadores excecionais, com um sentido de missão tremendo, foi a capacidade de sofrer quando tivemos de sofrer, porque sabíamos que íamos ter de sofrer em determinados momentos. Portanto há aqui um conjunto de fatores determinantes, como fazer golos cá e ganhar o jogo. Correu tudo na perfeição, como tinha pedido, mérito para os meus jogadores, estou muito satisfeito por eles, e demos uma prenda aos adeptos, os que estiveram, os que gostava de estar e os que estiveram em Braga a vivenciar isto. O meu muito obrigada pela confiança. Uma palavra para a minha família e todos os que gostam de mim e sofrem com isto”, completou o técnico.

Entre os jogadores, o sentimento não diferia com o orgulho de poder estar na fase de grupos da Champions a realizar um objetivo de carreira. “É um sonho de criança neste grande clube. Tenho de agradecer a Deus por tudo o que tem feito, e hoje um marco histórico, sem sofrer golos. É um sentimento que não consigo explicar. Agora é desfrutar deste momento maravilhoso. Exibição? Estou ali para ajudar. Graças a Deus fui feliz e ajudei. Começa na frente no avançado e acaba no guarda-redes… É um grupo que trabalha arduamente para conseguir este sonho. Temos de comemorar porque merecemos”, sublinhou o guarda-redes Matheus.

“Estamos muito contentes, sabemos que é um trabalho que já vem desde a época passada. Demos a oportunidade a nós próprios de lutar por isto. Com duas vitórias sabe ainda melhor. Temos de dar uma palavra aos nossos adeptos que vieram a este ambiente complicado sem medo nenhum. O golo nos minutos finais ainda soube melhor. É uma vitória gratificante, foi uma época dura no último ano em que não acabámos como queríamos na Taça de Portugal. Podia ter afetado mas entrámos a lutar e estamos muito contentes. Já tinha jogado uma vez, mas disputá-la pelo Sp. Braga… A dificuldade é maior. E disputar com o meu irmão é mais um sonho. É muito gratificante”, destacou André Horta, irmão de Ricardo Horta que já jogara a Liga dos Campeões pelo Benfica e que dedicou o triunfo ao avô, que fazia 88 anos.