“Dancei, cantei, celebrei, fiz coisas que são legais”. Sanna Marin não se estava a referir à sua carreira na política da Finlândia quando disse estas palavras. Em vez disso, falava do vídeo polémico que a mostrava a divertir-se numa festa privada e que ajudou a destituí-la do cargo de primeira-ministra, que assumiu em 2019. Mas a social democrata já decidiu que está na “hora de seguir em frente”.

Sanna Marin, que se tornou na primeira-ministra mais jovem do país quando a coligação de cinco partidos, todos liderados por mulheres, venceu as eleições legislativas há quatro anos, anunciou que vai abandonar a política finlandesa e juntar-se ao Instituo Tony Blair.

Sanna Marin de saída: centro-direita vence eleições legislativas da Finlândia

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Estou ansiosa por assumir uma nova função. Acredito que a Finlândia também poderá beneficiar com isto. Acho que posso servir bem, ou até melhor, os eleitores finlandeses, nesta nova missão”, explicou na emissora pública Yle, aqui citada pelo The Guardian.

A ex-primeira-ministra finlandesa, que abandonou o cargo após perder as eleições, que decorreram em abril, para o Partido da Coligação Nacional, de Petteri Orpo, que obteve 20,8% dos votos, já tinha deixado o seu partido no início do mês. Agora, prepara-se para ser conselheira estratégia no Instituto Tony Blair, do ex-primeiro-ministro do Reino Unido.

“A nossa missão consiste em ajudar os líderes políticos de todo o mundo a promover a mudança para os cidadãos. E Sanna Marin sabe exatamente como fazê-lo”, disse o fundador da organização sem fins lucrativos.

“A Sra. Marin é arrojada e prática e compreende o papel eficiente que a tecnologia pode desempenhar no Estado. Além disso, vai emprestar a sua experiência para que a nossa missão chegue a mais países”, acrescentou Tony Blair.

Finlândia. Vídeo de primeira-ministra e deputado a dançarem com celebridades obriga governante a reagir: “Não tenho nada a esconder”

Algumas das funções do novo cargo de Sanna Marin são “aconselhar países, governos e líderes nas questões políticas, como as tecnologias, o clima e a igualdade de género”, enunciou a própria.

A organização confirmou ainda que foi fácil elegê-la para este cargo, tendo em conta o seu “histórico de conquistas”, destacando a adesão da Finlândia à NATO, que aconteceu em abril deste ano, como “a mais rápida na história da aliança”.