O cabeça de lista do BE às eleições legislativas da Madeira acusou nesta terça-feira o presidente do governo Regional, o social-democrata Miguel Albuquerque, de ter comportamentos de prepotência e desrespeito “ao velho estilo Jardinista puro e duro”.

“Nós, neste dia de campanha, em que já percorremos dois concelhos, queremos dizer que nos últimos dias temos ouvido da parte de Miguel Albuquerque e temos visto da parte de Miguel Albuquerque comportamentos ao velho estilo Jardinista puro e duro”, afirmou Roberto Almada.

O candidato do BE, partido que em 2019 perdeu a representação no parlamento madeirense, falava numa ação de campanha eleitoral, no bairro social da Nazaré, no Funchal, que contou com a presença da ex-coordenadora do BE, Catarina Martins.

O comportamento do presidente do Governo madeirense (PSD/CDS-PP) tem sido pautado pelo “desrespeito pela lei eleitoral, a utilização de meios públicos para fazer campanha, desrespeito pela democracia, prepotência e desrespeito, sobretudo, pelos eleitores”, considerou Roberto Almada.

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Considerando que Albuquerque “está a cometer um ilícito face à lei eleitoral“, o candidato bloquista adiantou que o BE já entregou duas queixas na Comissão Nacional de Eleições, a última delas relativamente a uma iniciativa desta terça-feira do governo Regional.

“Porque o Bloco de Esquerda não se cala, porque o Bloco de Esquerda não é manso, porque o Bloco de Esquerda vai certamente continuar no parlamento a denunciar todos os atropelos do governo Regional de Miguel Albuquerque, que mais parece o Governo Regional do PSD de [Alberto João] Jardim”, reforçou.

O cabeça de lista do BE, que é técnico superior de Educação Social, recordou também que o partido tem na habitação “uma prioridade muito grande”, propondo medidas como o fim dos “vistos gold” e tetos máximos para os preços de compra e arrendamento de habitações.

O partido foi ao Bairro da Nazaré fazer campanha, defendendo que “as pessoas dos bairros sociais têm de ser ouvidas” e é “importante que tenham capacidade também” de arrendar ou comprar a própria casa, acrescentou Roberto Almada. “Coisa que não é possível porque Miguel Albuquerque abre as portas aos “vistos gold”, abre as portas a quem vem para aqui comprar apartamentos a 500.000 euros, 1.000000 de euros, e fecha a porta àqueles que, com o seu salário, querem pagar a sua renda, querem pagar o seu crédito bancário para adquirir a sua habitação e não o podem, porque os salários na Madeira são, em média, muito inferiores ao restante território nacional”, apontou.

Catarina Martins, por seu turno, manifestou apoio à candidatura bloquista às eleições legislativas da Madeira de 24 de setembro e disse estar confiante de que o Bloco vai eleger pelo menos um deputado. A ex-coordenadora do BE realçou igualmente que, daquilo que tem ouvido na rua, as pessoas sentem uma “deterioração grande” das suas vidas e uma “estagnação da própria democracia com o PSD da Madeira” no poder.

A dirigente bloquista considerou que Albuquerque está cada vez mais autoritário, a desrespeitar as pessoas e a utilizar os recursos que são públicos para uma mão-cheia de elite madeirense, que vai enriquecendo, enquanto a generalidade da população vive cada vez pior”.

Concorrem às regionais da Madeira 13 candidaturas, que vão disputar os 47 lugares no parlamento regional num círculo eleitoral único. PTP, JPP, BE, PS, Chega, RIR, MPT, ADN, PSD/CDS-PP (coligação Somos Madeira), PAN, Livre, CDU (PCP/PEV) e IL são as forças políticas que se apresentam a votos.

Nas anteriores regionais, em 2019, os sociais-democratas elegeram 21 deputados, perdendo pela primeira vez a maioria absoluta que detinham desde 1976, e formaram um governo de coligação com o CDS-PP (três deputados). O PS alcançou 19 mandatos, o JPP três e a CDU um.