O cabeça de lista do Juntos Pelo Povo (JPP) às eleições na Madeira, Élvio Sousa, acusou esta quarta-feira o PSD/CDS, que também governa a Câmara do Funchal, de estar a “proteger monopólios” e a colocar entraves a investimentos no concelho.

“Penso que é oportuno voltar a lembrar que o PSD da Câmara do Funchal está a proteger monopólios“, declarou o candidato, no Funchal, no âmbito da iniciativa da campanha para as eleições regionais, que se realizam em 24 de setembro.

Élvio Sousa deu como exemplo uma cadeia alemã de supermercados que, em 19 de novembro de 2021, anunciou um investimento de 100 milhões de euros na expansão da sua operação na Madeira, com previsão de abertura das primeiras três lojas na região em 2023 e criação de 150 postos de trabalho, mas que está com dificuldades.

Afirmando que esta questão “está muito mal explicada”, o candidato referiu que este investidor tem informado sobre “o entrave e compasso de espera que vai ter que fazer para licenciamento e abertura das duas lojas no Funchal”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Élvio Sousa apontou que surgiram “graves problemas colocados pela imposição de condições por parte da Câmara [Municipal do Funchal] relativamente ao Largo da Cruz Vermelha, no Largo Severiano Ferraz”.

O também deputado e secretário-geral do JPP mencionou que o partido requereu a Pedro Calado [presidente do município funchalense] a documentação relacionada com este processo, mas este “recusou-se facultar esses dados”.

Por isso, considerou que esta postura do autarca do Funchal “levanta muitas mais suspeitas sobre os atrasos de licenciamento desta loja”.

“Se não houvesse receios, por que razão o PSD do Funchal não facultou estes dados” pedidos pelo JPP, questionou, sustentando que “há que esclarecer sem medo e investigar sem medo esta situação”.

Citado no comunicado da cadeia alemã em 19 de novembro de 2021, o presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, considerou que “a expansão da operação do Lidl à Madeira é, sem dúvida, uma boa notícia”.

Em 15 de dezembro de 2022, a Câmara Municipal do Funchal (PSD/CDS) chumbou a construção de um supermercado no quarteirão da “Madeira Wine”, no Largo Severiano Ferraz, no centro da cidade, alegando não ser compatível com o Plano Diretor Municipal e iria gerar constrangimentos de trânsito.

O presidente do município, o social-democrata Pedro Calado justificou a decisão também com “toda a situação que iria gerar em termos de trânsito e de mobilidade”, considerando que seria prejudicial colocar contentores dentro da cidade, “sobretudo em período escolar e de grande afluência de veículos para o centro do Funchal”.

Às legislativas da Madeira concorrem 13 candidaturas, que vão disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único.

PTP, JPP, BE, PS, Chega, RIR, MPT, ADN, PSD/CDS-PP (coligação Somos Madeira), PAN, Livre, CDU (PCP/PEV) e IL são as forças políticas que se apresentam a votos.

Nas anteriores regionais, em 2019, os sociais-democratas elegeram 21 deputados, perdendo pela primeira vez a maioria absoluta que detinham desde 1976, e formaram um governo de coligação com o CDS-PP (três deputados). O PS alcançou 19 mandatos, o JPP três e a CDU um.