O pintor e escultor colombiano Fernando Botero morreu esta sexta-feira aos 91 anos. A informação foi confirmada por Julio Sánchez Cristo, diretor da rádio colombiana W Radio, que avança que o artista tinha estado internado devido a uma pneumonia. Porém, nas últimas horas decidiu recuperar “na tranquilidade de sua casa”, no Mónaco, onde viria a morrer.

Nascido na Colômbia, em 1932, Fernando Botero é considerado como o maior artista de todos os tempos desse país. Em maio deste ano tinha perdido a mulher, a pintora e escultora grega Sophia Vari. Continuou a pintar até à semana passada. O jornal La República escreve que a sua obra fica marcada, principalmente na pintura e na escultura, pelo retrato da figura humana de formas redondas e volumosas.

Essa característica das suas obras, que lhe rendeu fama internacional, teve como resultado a sua própria corrente artística, designada por “Boterismo”. Apesar de ter começado a pintar ainda jovem e de se ter mudado para a Europa em 1950 — para estudar em Madrid e em Florença — só alcançou fama internacional em 1962 quando realizou a sua primeira exposição nos Estados Unidos, no Milwaukee Art Museum.

Em março do ano passado, destaca a W Radio, a sua escultura Man on Horseback foi vendida por 4,3 milhões de dólares num leilão de arte latino-americana da Christie’s em Nova Iorque, um valor recorde para uma obra do artista.

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Gustado Petro, Presidente da Colômbia, já reagiu nas redes sociais à morte de Botero, descrevendo-o como o “pintor das tradições e defeitos” do país. “O pintor das nossas virtudes. O pintor da nossa violência e da paz. Da pomba rejeitada mil vezes e mil vezes colocada no seu trono”, acrescentou.

O La República indica que Fernando Botero é um dos artistas mais vendidos da sua geração e que as suas obras estão expostas em museus e galerias de todo o mundo. Em Portugal, em 1997, expôs esculturas de figuras humanas e animais de grandes dimensões. Mais tarde, em 2012, noticiou o Correio da Manhã à época, voltou ao país com uma exposição com cerca de 60 obras e intitulada Viacrucis – A Paixão de Cristo.

Atualmente, em Lisboa ainda é possível encontrar uma escultura do artista colombiano. Maternidade está instalada, desde 1999, no Jardim Amália Rodrigues. No site da Câmara de Lisboa está explicado que a obra “de bronze assente sobre base paralelepipédica em betão revestido a lioz, simboliza a maternidade, representada através de uma mãe com o filho ao colo”.