Miguel Albuquerque considera que a escolha do PAN para assinar um acordo de incidência parlamentar com a coligação PSD/CDS na Madeira foi “natural” e uma “oportunidade política”, uma vez que é um “partido que se coaduna com algumas questões fundamentais e prioritárias” como a transição climática. O presidente do Governo Regional da Madeira acredita que esse entendimento vai durar os quatro anos previstos e diz que a Iniciativa Liberal nunca foi uma opção sua.

Em entrevista à RTP, esta quarta-feira à noite, Albuquerque afirma que “um governo com um acordo parlamentar para quatro anos é um governo que tem que funcionar com a maior capacidade de diálogo e interação”, com os “interesses da região” a serem colocados acima dos pessoais. Com diálogo e entendimento “permanente”, “acho que [o acordo] vai” durar os quatro anos.

Questionado acerca da surpresa expressada por muitos por o acordo ter sido feito com o PAN apesar de se apontar para a Iniciativa Liberal, com a existência de telefonemas entre Luís Montenegro e Rui Rocha, o líder do Governo Regional da Madeira salienta que “nunca” sugeriu que “a prioridade fosse a IL”. Apesar de essa nunca ter sido a sua opção, diz que o diálogo não está excluído, embora recorde que neste momento tem um acordo com outra força política.

Considerando que é de “conhecimento público” que sempre gostou da natureza, o líder do Governo Regional da Madeira mencionou o seu gosto por animais, destacando em particular a “cadela mais famosa da Madeira”, a ‘sua’ Sissi. Em respostas às críticas relativas ao PAN, em especial ao facto de o Chega ter dito que era “a maior traição à direita”, afirma “adorar estas frases de André Ventura”. “Tem a mania que é trauliteiro, que mete medo a toda a gente. A mim, não me mete medo nenhum”, assegurou, acrescentando que o problema do líder do Chega é que “o partido é ele”, na “Madeira e em todo o lado”.

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Acordo com o PAN é “a maior traição à direita” e a “prova de que para PSD e PS vale mesmo tudo”

Confrontado com declarações suas em que ameaçava demitir-se caso não conseguisse alcançar uma maioria absoluta nas regionais da Madeira com a coligação PSD/CDS, Albuquerque rejeita ter mentido e afirma que fez “forcing político” para mobilizar a população para votar. Por isso, diz ter utilizado instrumentos de “pressão política” que considera “legítimos”, com o objetivo de tentar forçar a maioria absoluta. E pede que não se tire “a política à política”.

Miguel Albuquerque não se demite e diz que está em condições de “apresentar governo de maioria”

Preste a iniciar o terceiro mandato, o presidente do Governo Regional da Madeira não confirma nem desmente se será o último. Também é vago quanto à possibilidade de uma carreira política em território continental, mas garante que “nunca” pôs “nada de lado”.