“Com esta nova adição, esperamos contar uma história norte-americana mais inclusiva e ampla.” Esta foi a premissa que motivou a Catedral de Washington a alterar os vitrais e colocar uns novos baseados na “justiça racial”. Desenhadas pelo artista plástico Kerry James Marshall, as novas janelas foram chamadas “Agora e Sempre” e mostram manifestantes em protesto contra as desigualdades raciais nos Estados Unidos.

“As novas janelas revelam a luta atual por justiça e equidade, usando a cena familiar da marcha por direitos civis”, lê-se no site da Catedral, que explica que todas as figuras são “anónimas” e aquela cena não “foi inspirada em nenhum evento histórico”. 

Os novos vitrais substituem uns que possuíam os desenhos dos generais da Confederação (o lado derrotado na guerra civil norte-americana), Robert E. Lee e Thomas Jackson. Após alguns episódios em que “ficou evidente a supremacia branca nos Estados Unidos”, a catedral sentiu necessidade de alterar os vitrais. “Estamos comprometidos em encontrar maneiras de oferecer uma expressão mais rica da nossa história.”

Adicionalmente, a Catedral de Washington acredita que há “uma diferença entre lembrar a história e celebrá-la, especialmente em locais sagrados”. “Alguns monumentos pode tornar-se um impeditivo para rezar e esse era o caso das janelas de Lee e Jackson”, lê-se no site da instituição religiosa, que sublinha que acredita que os monumentos devem “refletir” os valores que subscreve.

“Nesta catedral, valorizamos uma história inclusiva sobre os Estados Unidos, onde todos podem ver-se refletidos na arte e na iconografia”, argumenta ainda a Catedral.

Relativamente aos antigos vitrais, eles não foram destruídos. Segundo a Catedral, foram antes emprestados ao Museu Nacional da História Afro-americana, em Washington, para uma exibição temporária.

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