A prestação da casa paga ao banco vai subir em outubro para todos os contratos indexados a taxas Euribor que sejam revistos nesse mês, agravando-se 167,54 euros no prazo a 12 meses, segundo a simulação da Deco/Dinheiro&Direit

Um cliente com um empréstimo no valor de 150 mil euros, a 30 anos, indexado à Euribor a 12 meses e com um spread (margem de lucro do banco) de 1%, irá pagar em outubro 818,95 euros de prestação, quando até agora pagava 651,41 euros.

Considerando um empréstimo nas mesmas condições (valor e prazo de amortização), mas indexado à Euribor a seis meses, a prestação será, a partir de outubro, de 807,98 euros, refletindo uma subida de 68,58 euros face à ultima revisão, em abril.

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Já no caso de um empréstimo indexado à Euribor a três meses, a prestação será de 794,27 euros, mais 31,03 euros do que pagava desde a última revisão, em julho. Estes valores foram calculados tendo em conta as médias da Euribor no mês de agosto, de 4,030% a seis meses, 3,880% a três meses e 4,149% a 12 meses.

As Euribor começaram a subir mais significativamente a partir de 4 de fevereiro de 2022, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras devido ao aumento da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão russa à Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022.

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Na última reunião, em 14 de setembro, o Banco Central Europeu (BCE) anunciou uma nova subida das três taxas de juro diretoras em 25 pontos base, tal como na reunião anterior, colocando a taxa dos depósitos no nível mais elevado de sempre da zona euro.

No comunicado divulgado após a reunião de política monetária do Conselho de Governadores, o BCE informou que a taxa de juro aplicável às operações principais de refinanciamento e as taxas de juro aplicáveis à facilidade permanente de cedência de liquidez e à facilidade permanente de depósito serão aumentadas para 4,50%, 4,75% e 4,00%, respetivamente, com efeitos a partir de 20 de setembro de 2023.

“A inflação continua a descer, mas ainda se espera que permaneça demasiado elevada durante demasiado tempo. O Conselho do BCE está determinado a assegurar o retorno atempado da inflação ao seu objetivo de médio prazo de 2%”, justificou o banco central, salientando que “o aumento das taxas de juro reflete a avaliação do Conselho do BCE das perspetivas de inflação, à luz dos dados económicos e financeiros disponíveis, da dinâmica da inflação subjacente e da força da transmissão da política monetária”.

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Esta foi a décima subida consecutiva das taxas de juro pelo banco central, que aumentou as taxas de juro em 450 pontos base desde julho do ano passado, o ciclo de subida mais rápido da história da zona euro. A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 26 de outubro, em Atenas.

As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021. As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.