Robert Del Naka, Jamie Hewlett e Robin Gunningham. Um é o vocalista da banda Massive Attack, outro o ilustrador da banda Gorillaz e o último é um cidadão desconhecido de Bristol, cidade no Reino Unido. Mas será algum deles o artista de rua Banksy? É isso que um tribunal pode estar prestes a revelar.

Um processo de difamação contra o artista da obra Girl with Baloon — conhecida por ter sido destruída pela moldura instalada pelo próprio, após ter sido leiloada, em 2018 — pode vir a desmascarar Banksy, que tem escolhido preservar a sua identidade nas últimas duas décadas em que ficou conhecido.

Segundo o jornal Mail Online, o suspeito listado no processo trata-se de Robin Gunnigham, um britânico de 53 anos que, como Banksy, nasceu em Bristol. Além disso, o cúmplice mencionado no caso é a empresa Pest Control Ltd., fundada pelo artista para vender a sua arte, que enche as paredes de edifícios em todo o mundo com críticas à sociedade.

A queixa foi apresentada por Andrew Gallagher, 56 anos, que, segundo o mesmo meio britânico, é um iconoclasta [pessoa que destrói imagens ou estátuas], e pela sua empresa Full Colour Black, que produz postais com graffitis. Em causa está uma publicação que Banksy terá feito no Instagram, que “continha palavras difamatórias que se referiam, e foram entendidas como se referindo, ao requerente”, informou o advogado Aaron Wood, por e-mail.

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Além disso, Wood afirmou ainda que as “alegações sobre o processo contra Robin não eram verdadeiras”, mas que não estava “na liberdade de avançar mais sobre o caso”. Banksy e a empresa Pest Control permanecem em silêncio.

A empresa Full Colour Black já tinha solicitado o cancelamento da marca registada de Banksy, que foi feita a propósito da sua obra mundialmente conhecida Laugh Now (2002), que mostra vários macacos a usar uma placa de cartão a dizer “riam-se agora, mas um dia estaremos ao comando”.

Este pedido foi concedido pelo Instituto da Propriedade Intelectual da União Europeia (EUIPO), em maio de 2021, que recordou que Banksy já tinha referido que “direitos de autor eram para falhados” e disse que o artista não podia ter marca registada enquanto permanecesse no anonimato.

Banksy acabou por recorrer e o mesmo Instituto deu-lhe razão em novembro de 2022, permitindo que pudesse manter a sua identidade. Mas será a mesma preservada por muito mais tempo?

O nome que aparece no processo não é novidade para os fãs de Banksy. Em 2008, o Daily Mail já o tinha revelado, após ter conduzido uma investigação que levou os jornalistas até uma alegada fotografia do artista tirada na Jamaica, que mostra um homem de T-shirt azul e calças de ganga.

Após uma visita a Bristol, os jornalistas foram informados de que o homem presente na fotografia era Robin Gunnigham e foi aí que formaram a teoria, apesar de Banksy já a ter negado.

Será este o rosto de Banksy?