Era apenas um jogo particular, mais um jogo particular e nada mais do que um jogo particular, mas acabou por ficar marcado por tudo menos isso: Youssef Chermiti, avançado formado no Sporting que trocou este verão os leões pelo Everton, denunciou um caso de racismo na partida entre Itália e Portugal em Sub-20.

“Muito triste sobre o que aconteceu hoje no jogo. Sei que nada acontecerá ao jogador que me chamou de macaco, mas quero apenas expressar aqui a frustração que eu e os meus companheiros sentimos neste momento”, apontou o internacional português num texto colocado nas redes sociais após o encontro.

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“Os jogadores e adeptos continuam a dizer e fazer aquilo que bem lhes apetece durante os jogos e os árbitros não fazem nada em relação a isso! Não interessa a cor, tamanho ou nacionalidade, apenas queremos jogar futebol. Diz não ao racismo!”, acrescentou ainda Chermiti, na sequência de um encontro particular realizado esta terça-feira em Sassuolo que terminou com o triunfo dos transalpinos por 2-1 com o golo decisivo a surgir a quatro minutos do final de um jogo que teve o avançado em campo durante 90 minutos sem marcar depois de ter feito os dois golos do triunfo frente à Noruega por 2-1 na última sexta-feira.

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Após a denúncia, também a Federação Portuguesa de Futebol se mostrou solidária com o jogador, dando mais pormenores sobre o que se passou em campo. “Chermiti denunciou um episódio de racismo verificado no jogo que a Seleção Nacional de Sub-20 realizou esta terça-feira em Itália. A denúncia foi feita pelo jogador ao árbitro ainda no decurso do jogo”, explicou o órgão em comunicado no site oficial.

“No final do encontro, Chermiti informou os responsáveis da FPF do sucedido, pelo que foi imediatamente reforçada a participação da denúncia ao árbitro do jogo. O caso foi igualmente exposto à Federação italiana. A FPF vai reportar a situação às entidades disciplinares competentes da UEFA. A FPF repudia e condena todas as situações de racismo e manifesta a sua total solidariedade com Chermiti. Em circunstância alguma, a FPF tolera qualquer tipo de comportamento discriminatório”, completou a Federação.