A norte-americana ZeroAvia, que trabalha há seis anos no desenvolvimento de sistemas mecânicos para aviões comerciais que aliam motores eléctricos à produção a bordo de energia, a partir de fuel cells a hidrogénio – similares às que usam os automóveis da Toyota, da Hyundai e da Honda com a mesma tecnologia –, recebeu uma encomenda para o fornecimento de 70 motores completos à companhia aérea Ecojet. Este contrato é consequência da demonstração do potencial desta tecnologia para a aviação comercial que ocorreu no início de 2023, como pode ler abaixo.

Em Janeiro de 2023, a ZeroAvia adaptou dois dos seus motores eléctricos e respectivas células de combustível a hidrogénio, num Dornier 228, um pequeno avião comercial com capacidade para os dois pilotos e 19 passageiros. Os motores em causa produzem 600 kW (816 cv) e os depósitos de hidrogénio a bordo asseguram uma autonomia de 300 milhas, cerca de 555 km, mais que suficiente para uma viagem Lisboa-Porto. A demonstração, tornada obrigatória pela entidade reguladora, permitiu ainda cativar o interesse por parte das companhias aéreas em busca de motores com zero emissões para os seus aparelhos.

Este avião eléctrico realizou a primeira viagem

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Além destes motores mais pequenos que está a desenvolver para aviões comerciais, a ZeroAvia tem já prontos para testes os motores maiores e as respectivas fuel cells, com potências entre 2000 e 5000 kW (de 2719 cv a 6798 cv). Estes motores eléctricos visam disputar o mercado dos aparelhos com capacidade para 90 passageiros e um alcance de 700 milhas (1295 km).

A encomenda de 70 motores eléctricos a hidrogénio para aviões contratada pela britânica Ecojet diz respeito aos motores ZA600 e ZA2000, com respectivamente 600 kW e 2000 kW. A ZeroAvia espera que a certificação dos aparelhos equipados com os ZA600 esteja terminada em 2025, enquanto os aviões com os ZA2000 deverão ser entregues à Ecojet dois anos depois, em 2027.