O Global Media Group, que detém meios como o “Diário de Notícias”, “Jornal de Notícias” ou a rádio TSF, quer avançar com um processo de reestruturação de acordos de rescisão, “com carácter de urgência”, num “universo entre 150 a 200 trabalhadores”. A informação consta de um comunicado interno enviado aos funcionários, a que o Observador teve acesso.

Estes acordos de rescisão vão afetar “diversas áreas e marcas”, é explicado, com a intenção de tentar “evitar um processo de despedimento coletivo. Na nota, a Comissão Executiva explica que o despedimento coletivo “apenas será opção em último caso”.

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O Observador sabe que, entre jornalistas, poderão ser afetadas 40 pessoas no “Jornal de Notícias” e cerca de 30 na TSF. Os restantes números estarão ligados às áreas de publicidade, marketing, recursos humanos e outros serviços.

Na nota interna, é realçado que as “medidas urgentes” têm como intuito “estancar o crescimento dos prejuízos, salvaguardar o número possível de postos de trabalho e evitar a falência do grupo e das suas empresas, o que inevitavelmente ditaria o encerramento das suas histórias e principais marcas”.

Além da tentativa de negociar rescisões, “face aos constrangimentos financeiros criados pela anulação do negócio da Lusa”, o subsídio de Natal deste ano só será pago “através de duodécimos, acrescido nos vencimentos de janeiro a dezembro do próximo ano”. Porém, “no caso dos processos de acordo de rescisão esse valor será obviamente tido em conta”.

É ainda reafirmada a possibilidade de “adotar um vasto conjunto de mudanças ao nível da gestão e procedimentos nos diferentes departamentos e marcas”, com o intuito de tornar “sustentável este projeto”.

Esta quarta-feira, os trabalhadores do “Jornal de Notícias” iniciaram uma greve de dois dias. A 20 de setembro, os trabalhadores da TSF também fizeram uma greve, com a duração de 24 horas.

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