Após o regresso de personalidades como Donald Trump, Kanye West e Andrew Tate, Elon Musk voltou a abrir as portas do X (antigo Twitter) a Alex Jones, radialista e teórico da conspiração norte-americano que tinha sido banido da rede social há cerca de cinco anos.

Foi através de uma sondagem, publicada no passado sábado, que o multimilionário questionou os utilizadores do X para perceber se queriam voltar a ver publicações e comentários de Alex Jones na plataforma. Quase dois milhões de pessoas votaram, sendo que a maioria (70,1%) decidiu a favor do regresso. 

“As pessoas decidiram e assim deve ser”, escreveu Musk numa resposta ao seu próprio post, partilhada já no domingo, em reação aos resultados da sondagem. Poucos minutos depois, a conta de Alex Jones voltou a estar disponível e atualmente conta com cerca de 1,5 milhões de seguidores.

Alex Jones tinha sido banido do X, na altura ainda Twitter, a 6 de setembro de 2018 devido a publicações que alegadamente violavam as diretrizes da rede social, numa altura em que promovia notícias falsas sobre os ataques terroristas de 2001 ao World Trade Center, em Nova Iorque, e acerca de um tiroteio na escola de Sandy Hook, que classificou como um “embuste” alegando que se tratava de uma encenação por parte de grupos que defendiam uma maior regulação do direito à posse de armas nos EUA.

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De acordo com a agência Reuters, no ano passado, Alex Jones foi condenado a pagar quase 1,5 mil milhões de dólares em indemnizações a familiares das vítimas do tiroteio à escola de Sandy Hook.

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Desde que comprou o Twitter, Elon Musk permitiu o regresso a várias personalidades, mas em novembro do ano passado tinha-se mostrado contra o de Alex Jones, posição que agora alterou. Em resposta a comentários acerca das declarações do radialista sobre Sandy Hook, o empresário recordou que o seu primeiro filho morreu nos seus braços e disse que não tinha “piedade de ninguém que usasse a morte de crianças” para “política ou fama”. 

O regresso de Alex Jones ocorre numa altura em que o X enfrenta um novo êxodo de anunciantes devido a comentários de Musk que foram considerados, incluindo pela Casa Branca, como antissemitas e após ter sido encontrada publicidade de empresas como Apple junto a publicações pró-nazi e pró-Hitler. No final de novembro, a CEO da plataforma, Linda Yaccarino, estava a ser pressionada por executivos da área da publicidade a demitir-se, mas tem resistido.

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