Aida Tavares, antiga diretora artística do Teatro São Luiz, é a nova diretora artística para as Artes Performativas e Pensamento do Centro Cultural de Belém, informou a instituição em comunicado.

Trata-se de uma “contratação considerada essencial e urgente para o cumprimento da missão integral da instituição acompanhando o novo ciclo estratégico iniciado com a nomeação de Francisca Carneiro Fernandes para Presidente do Conselho de Administração”, lê-se no texto enviado às redações.

Aida Tavares, que iniciou funções a 15 de dezembro, chega ao CCB numa administração presidida por Francisca Carneiro Fernandes (que entrou em funções este mês) e que conta ainda com Delfim Sardo e Madalena Reis como vogais. Por definir fica como é que o novo cargo se articula com o de Fernando Luís Sampaio, responsável pela programação de “teatro, dança e músicas plurais” e o de Paula Fonseca, diretora de artes performativas.

Aida Tavares esteve nos últimos 20 anos dedicada ao Teatro São Luiz, os últimos oito enquanto diretora artística. Ali chegou em 2002 pela mão de Jorge Salavisa, para ocupar as funções de coordenadora de direção de cena. Em 2006 passou a adjunta da direção artística e, a partir de 2010, juntou o cargo de diretora executiva.

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Um dos seus legados no São Luiz é a integração do teatro lisboeta na prestigiada rede Prospero – Extended Theatre, de que também faz parte, por exemplo, Odéon – Théâtre de l’Europe, em Paris.

Em 2015, a sua nomeação para o segundo mandato à frente do São Luiz foi contestada uma vez que a Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural (EGEAC) havia determinado que a direção do teatro municipal seria encontrada através de um concurso — como aconteceu em 2010 para chegar ao nome de José Luís Ferreira. Porém, na fase final do processo, o júri considerou que nenhum dos três finalistas (Miguel Abreu, Filipe Crawford e Américo Rodrigues) reunia as condições necessárias para ficar à frente do teatro. A então vereadora da Cultura, Catarina Vaz Pinto, acabaria por nomear novamente Aida Tavares.

Aida Tavares anunciou a saída do São Luiz no final do ano passado, numa altura de mudanças noutros equipamentos culturais de Lisboa sob a tutela da EGEAC. Foi substituída pelo ator e encenador Miguel Loureiro, que tomou posse em junho.

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CCB reforça peso das artes performativas

A notícia consolida o destaque dado às artes performativas no Centro Cultural de Belém, intenção já expressa pelo pelo ministro da Cultura aquando a inauguração do museu MAC/CCB (ex-Museu Berardo), em outubro.

Durante a apresentação à imprensa, Pedro Adão e Silva sublinhou estar presente no “único espaço no país em que temos um centro de artes performativas com esta dimensão e com estas características, associado a um espaço expositivo com esta dimensão e com estas características”. “Agora é o momento para explorar essa relação”, sugeriu.

Na época, o administrador do CCB Delfim Sardo confirmou ao Observador que encontrar uma direção artística clara para as artes performativas estava “em cima da mesa”, mas remeteu a questão para o futuro.

Desde agosto do ano passado que a instituição conta como assessora artística Cláudia Belchior, que já foi diretora do Centro de Artes Performativas do CCB e presidiu o conselho de administração do Teatro Nacional D. Maria II de julho de 2015 a junho de 2022. Em novembro último, já no CCB, Belchior foi eleita presidente da European Theatre Convention, cargo que implica liderar “o conselho da maior rede de teatros com financiamento público da Europa que liga 64 membros de 31 países”.