O presidente da Iniciativa Liberal acusou esta quinta-feira o secretário-geral do Partido Socialista de ser a “cara do colapso” dos transportes e defendeu a concessão do serviço prestado pela Comboios de Portugal (CP), em mais um dia de greve.

“Eu creio que Pedro Nuno Santos é claramente a cara do colapso de muitos serviços, nomeadamente da área dos transportes, foi ministro com responsabilidade nessa área”, acusou Rui Rocha, em declarações aos jornalistas, na freguesia de Agualva-Cacém, no concelho de Sintra, em Lisboa.

O presidente da Iniciativa Liberal esteve esta quinta-feira de manhã na estação de comboios do Cacém no segundo dia de greve dos trabalhadores da Infraestruturas de Portugal (IP), que já levou à supressão de vários comboios.

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Rui Rocha defendeu a possibilidade de devolução aos utentes da Comboios de Portugal do valor do passe (que ronda os 40 euros) correspondente aos dias de greve, além de uma medida “mais estrutural” que passa pela concessão do serviço prestado pela CP.

“A Iniciativa Liberal defende uma alteração do modelo de exploração deste tipo de serviço, que haja a possibilidade de haver concessões, exploração do serviço em concorrência entre diferentes operadores ou, pelo menos, concorrência nos concursos prévios para depois explorar este tipo de serviços”, detalhou.

O dirigente liberal salientou que o partido respeita o direito à greve destes trabalhadores e criticou o Estado por ser um “mau empregador” e “não conseguir trazer paz social a estas empresas”.

Rui Rocha chegou pelas 7h39 à estação do Cacém. A essa hora, muitas pessoas olhavam para os ecrãs que disponibilizam os horários dos comboios e a maioria tinha a palavra “suprimido” escrita à frente.

Os poucos comboios que apareceram na linha iam completamente apinhados, com muitas pessoas sem conseguir entrar. O presidente da Iniciativa Liberal interagiu com alguns cidadãos e a maioria disse-lhe que não sabia como ia chegar ao trabalho ou voltar para casa.

Dirigindo-se a uma senhora, Rocha perguntou o que achava de pagar o passe e não ter serviço nestes dias, ao que a utente da CP respondeu: “O que é que vamos fazer? Não temos nada a fazer”.

“Se calhar temos, temos que mudar”, apelou Rui Rocha, já em campanha, garantindo que estas medidas vão constar do programa eleitoral que o partido vai apresentar às eleições legislativas antecipadas de 10 de março.

A greve dos trabalhadores da Infraestruturas de Portugal (IP) levou esta quinta-feira à supressão de 143 de 254 programados (55,4%) pela CP, entre as 0h00 e as 8h00, segundo dados da transportadora.

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Os trabalhadores da Infraestruturas de Portugal (IP) cumprem esta quinta-feira o segundo e último dia de greve intercalada, tendo sido decretados serviços mínimos.