O terceiro lote de documentos judiciais relacionados com o multimilionário e magnata Jeffrey Epstein, acusado de abuso sexual e tráfico de menores, foi desclassificado esta sexta-feira, sem terem sido adicionados, até ao momento de publicação deste artigo, novos nomes à lista de mencionados que inclui figuras como Donald Trump e o príncipe André, de Inglaterra.

A imprensa internacional, que analisou os novos ficheiros, nota que as principais novidades estão relacionadas com a transcrição de um testemunho dado em 2009 por Juan Alessi, que trabalhou na casa de Epstein na Florida entre 1991 e 2002. De acordo com a CNBC, o ex-funcionário disse que o ex-Presidente dos EUA Donald Trump não recebia massagens das mulheres que se encontravam na propriedade quando a visitava “porque tem o seu próprio spa”.

Ainda segundo Alessi, o antigo Chefe de Estado norte-americano visitava Epstein, “jantava” em casa, mas “nunca se sentava à mesa”. “Comia comigo na cozinha”, acrescentou, segundo a documentação que parte de uma ação judicial por difamação, movida em 2015 por Virginia Giuffre, uma das principais denunciantes de Epstein, contra a amante e parceira de negócios do multimilionário, a britânica Ghislaine Maxwell.

O príncipe André, de acordo com o mesmo relato, recebia “massagens diárias” quando visitava a casa de Jeffrey Epstein, na Florida, onde chegou a passar “semanas” — ao contrário da à época mulher, Sara Ferguson, a duquesa de York, que apenas terá visitado a propriedade “uma vez e por um curto período de tempo”, segundo a Sky News.

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Num testemunho revelado anteriormente, Virginia Giuffre, uma das principais denunciantes de Epstein, disse ter sido levada a aceitar um trabalho como massagista na mansão de Epstein e que mais tarde percebeu que as massagens significavam relações sexuais. A imprensa internacional, que analisou os ficheiros relevados esta sexta-feira, não especifica a que tipo de “massagens” se referia Juan Alessi.

Bill Clinton, Leonardo DiCaprio e até Stephen Hawking. Afinal, o que dizem os documentos do caso Epstein sobre dezenas de celebridades?

Note-se que a inclusão dos nomes no lote de documentos não implica que tenha havido alguma infração por parte dessas pessoas ou que tenham sido acusadas de atos ilícitos relacionados com o magnata. Nessa lista, por exemplo, constam os nomes de jornalistas que cobriram os casos. A identidade de menores de idade ou de quem não prestou declarações públicas vai permanecer oculta.

Esta quinta-feira, entre os 19 documentos que foram tornados públicos constava um email que acusava Bill Clinton, antigo Presidente norte-americano, de ameaçar a revista Vanity Fair para que não fossem escritos “artigos sobre o seu bom amigo” Epstein.

Bill Clinton acusado de ameaçar Vanity Fair para revista “não escrever artigos sobre o seu bom amigo” Epstein

Um dia antes, tinham sido mencionados os nomes do Príncipe André, de Inglaterra, dos antigos Presidentes norte-americanos Bill Clinton e Donald Trump, do cantor Michael Jackson, do mágico David Copperfield e do físico Stephen Hawking.

Divulgada lista de nomes mencionados no processo de Jeffrey Epstein. Príncipe André, Bill Clinton e Trump entre os referidos

Jeffrey Epstein morreu numa prisão federal, em 2019, enquanto aguardava julgamento devido a acusações de envolvimento em rede de tráfico sexual.