João Torres, secretário-geral adjunto cessante, assegura que “o PS não cometeu nem vai cometer o erro de judicializar a política”. “O PS não faz política com casos de justiça”, assegurou, frisando que o partido tem uma “autoridade moral para evitar trazer para o campo da política o que é da justiça”. Em entrevista ao Observador, João Torres considera que há uma responsabilidade de Marcelo Rebelo de Sousa no resultado da crise política, realçando que “o Presidente da República não pode deixar de fazer uma leitura dos resultados das eleições em face dos instrumentos de que dispunha para tomar decisões políticas”.

Sobre o passo seguinte ao da demissão, o socialista recordou que “o Presidente da República, perante alternativas, tomou a decisão de dissolver a Assembleia da República e só a ele pode ser creditada”. Como tal, Torres considera que, no dia 11 de março, “numa situação de ingovernabilidade, devemos recordar Presidente da República de que dispunha de alternativas”.

Agora, considera que “há uma disputa política à direita em Portugal que está a ser vencida pelo Chega” e que a “melhor demonstração” disso é “a aproximação na metodologia, desde logo na imagem, que PSD e IL estão a fazer relativamente ao Chega”.

“E o que é preocupante e dilacerante é compreender que à direita há uma batalha política que está a ser ganha pela extrema-direita e pelo Chega”, insistiu o secretário-geral adjunto de António Costa que agora cessa funções, reiterando que “há uma cedência do PSD e IL na linguagem aqueles que são os métodos e vícios da extrema-direita”. E esclareceu: “Não estou a acusar o PSD de ter posições políticas iguais à extrema-direita, é uma questão de estilo.”

Quando à Aliança Democrática, João Torres notou que se apresenta “como um projeto do passado que não tem ainda nenhum horizonte de futuro” e “parece que dá sequência a uma liderança do partido da oposição que tem sido oca e vazia em ideias, conteúdo, esperança e confiança”.

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