Pelo menos 15 pessoas morreram em tumultos que afetaram esta madrugada várias cidades da Papua Nova Guiné, onde o governo convocou o exército para tentar restaurar a ordem pública.

Após um protesto pacífico convocado na quarta-feira pela polícia e outras forças de segurança, algumas pessoas aproveitaram a situação para realizar saques em Port Moresby, a capital, e na cidade de Lae, a segunda mais populosa do país.

De acordo com o último relatório publicado pela polícia metropolitana de Lae, oito pessoas morreram na capital e sete em Lae, avançou a televisão pública australiana ABC.

“O serviço de ambulância recebeu um grande número de chamadas de emergência na capital relacionadas com tiroteios e pessoas feridas numa explosão”, sublinhou o serviço de emergência de Saint John Papua Nova Guiné na rede social Facebook.

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Vídeos publicados nas redes sociais mostram armazéns em chamas e grandes multidões a participar em saques, que se espalharam por outras regiões e duraram até altas horas da madrugada, de acordo com o jornal local Post-Courier.

Antes dos tumultos, cerca de 200 agentes policiais, militares e agentes penitenciários em greve entraram pacificamente no Parlamento durante uma manifestação para protestar contra o aumento dos impostos sobre os salários dos funcionários públicos.

O primeiro-ministro da Papua Nova Guiné pediu, esta quinta-feira, à população que não “saia às ruas e faça o que lhe apeteça” e sublinhou que é imperativo que o país restabeleça a segurança, prometendo abrir uma investigação para determinar as responsabilidades.

Na quarta-feira, “a polícia não trabalhava na cidade e as pessoas recorreram à anarquia”, lamentou James Marape.

Dada a situação tensa, o primeiro-ministro autorizou na quarta-feira o pessoal da Defesa a “ajudar a polícia a restaurar a ordem” no país.

Os militares pediram, esta quinta-feira, calma a uma multidão reunida em Lae, depois de bloquear ruas e fechar vários edifícios públicos na cidade, de acordo com um vídeo publicado pelo Post-Courier.

A Papua Nova Guiné é uma nação rica em recursos naturais, mas grande parte dos 12 milhões de habitantes vivem em extrema pobreza, nomeadamente em áreas remotas onde falta comunicação e segurança, bem como serviços básicos de saúde e educação.

Contra um genocídio: a Nova Guiné Ocidental

O país, que se tornou independente da Austrália em 1975, tem também uma longa história de intriga política, corrupção e conflitos internos.

O governo da Papua Nova Guiné assinou um acordo de segurança com Camberra em dezembro que prevê ajuda financeira para modernizar as forças policiais do país.