António Félix da Costa terminou a época passada a fazer barulho, mas não com o carro, porque, nesse aspeto, os Fórmula E até têm um certo grau de discrição. O português saiu da última corrida, em Londres, a apresentar, em conjunto com a equipa, um protesto contra a corrida devido a uma penalização que não considerou ser justa e que o fez cair do segundo lugar que ocupava naquela fase da corrida. Foi um pouco esta a tónica do ano do piloto da TAG Heuer Porsche: prometer, mas, por razões que muitas vezes lhe fugiram do controlo, não cumprir.

Penalização retira segundo lugar a Félix da Costa: piloto português termina em último no ePrix 1 de Londres

Em 2023, ficou para a história a vitória na África do Sul e um total de três pódios. No final, tudo somado, o piloto de Cascais terminou em nono lugar. O desafio para o novo ano, o segundo ao serviço da TAG Heuer Porsche, era bater estes registos. “Tivemos uma boa pré-época e acho que demos bons passos em frente. Comparando os níveis de confiança de há 12 meses com os de agora, demos um bom passo em frente. Tenho a certeza que toda a concorrência também melhorou, mas espero que o nosso passo e a nossa evolução tenham sido maiores, permitindo que estejamos na luta por todas as provas e pelo campeonato. Este fim de semana, no México, vai ser um bom teste, mas estou confiante de que podemos ter uma boa época e podemos voltar a lutar pelo título”, perspetivou o campeão do mundo em 2020 no lançamento da competição.

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Estas eram as ambições que Félix da Costa levava para o México, onde começava a 10.ª edição do Mundial de Fórmula E. “Facilmente, indico oito pilotos que lutam pelo título, o que não acontece noutras categorias do desporto automóvel. A beleza da Fórmula E é esta”, disse o português. O regresso de Nyck de Vries, piloto neerlandês que vem da Fórmula 1, é a principal novidade do campeonato. “O campeonato está ainda mais competitivo. Todas as equipas melhoraram durante o inverno, sobretudo as que estavam à porta do top-5 no ano passado. Na Porsche, também trabalhámos muito. Pessoalmente, sinto-me melhor que no início de 2023, na estreia pela equipa”.

As duas sessões de treinos livres trouxeram sensações diferentes ao português. Na primeira, António Félix da Costa conseguiu o sexto melhor tempo (1:14:887), enquanto que, na segunda, caiu dez posições (1:14:360). Já depois disso, António Félix da Costa não conseguiu ir além do 16.º lugar na qualificação. Pascal Wehrlein, colega de equipa do português, ficou com a pole. Por não partir de uma boa posição, o piloto de Cascais arriscou no início da corrida e, fruto disso, teve um acidente com Nico Muller à terceira volta. Danos na suspensão levaram ao abandono naquela que foi a quinta corrida consecutiva sem pontos para Félix da Costa. Pascal Wehrlein conquistou a vitória.