O chanceler alemão, Olaf Schoz, deixou, durante a semana passada, um aviso público aos restantes países pertencentes à União Europeia (UE). “As armas entregues à Ucrânia até ao momento pela maioria dos Estados-membros são muito poucas”, alertou o líder alemão, acrescentando: “Precisamos de ter uma visão global que contribuição concreta os nossos parceiros europeus vão fazer para apoiar a Ucrânia este ano”.

As palavras passaram aos atos. Segundo avança o Financial Times esta terça-feira, o chanceler alemão ordenou a realização de uma auditoria para apurar quantas armas é que os Estados-membros da UE enviaram para a Ucrânia, de modo a assegurar transparência e mobilizar os restantes países a apoiarem o esforço de guerra ucraniano.

Segundo o mesmo jornal, as preocupações de Olaf Scholz encontram eco em Bruxelas, com vários alguns dirigentes a defenderem que alguns Estados-membros podiam fornecer mais apoio militar à Ucrânia, como França ou Itália, e a pedirem mais transparência. A tarefa não será, contudo, fácil. Um diplomata europeu disse ao Financial Times que alguns países estão relutantes em entregar todas as informações relativamente ao armamento que enviaram a Kiev.

Outros países localizados no leste da União Europeia também têm apelado à expansão do Mecanismo Europeu de Apoio à Paz, um instrumento financeiro de cinco mil milhões de euros criado em junho de 2023 com o objetivo de consolidar a paz e reforçar a segurança internacional em países terceiros. Alguns Estados-membros querem que sejam disponibilizadas mais verbas à Ucrânia — e de forma mais igualitária.

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“Temos de garantir que [o mecanismo] volte ao caminho original e nós podemos usá-lo novamente para novas tranches de apoio à Ucrânia”, comentou um diplomata europeu ao Financial Times, lamentando que alguns “Estados-membros não deem apoio militar” à Ucrânia. A mesma fonte refere que alguns dos 27 “estão muito preocupados” com o futuro da guerra.

A União Europeia tem ainda um pacote de ajuda militar de 50 mil milhões de euros para ser entregue à Ucrânia, mas o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, tem bloqueado a sua aprovação. Não obstante, o Financial Times apurou que Bruxelas prepara-se para fazer concessões ao líder húngaro, de forma a ultrapassar o veto.

Entretanto, Berlim está a tentar mobilizar os países a enviaram unilateralmente pacotes de ajuda à Ucrânia. Neste momento, a Alemanha lidera a lista dos Estados-membros que mais apoiam Kiev. Em termos globais, segundo mostra o Instituto Kiel, o esforço alemão é apenas superado pelo norte-americano que, neste momento, não existe.