Depois da eliminação na última temporada pela diferença de golos, o Benfica e Roger Schmidt apostaram na Taça da Liga da presente época. Apostaram porque, mesmo entre algumas (poucas) poupanças, não fizeram grandes alterações no triunfo em Arouca. Apostaram porque, mesmo necessitando apenas de não perder por mais de um golo, utilizaram um onze quase de “gala” na goleada na Luz frente ao AVS. Apostaram porque, na Final Four em Leiria, foram com todos os habituais titulares a jogo para decidirem tudo rumo a uma final onde já estava o Sp. Braga. Apostaram mas falharam a aposta. Sendo verdade que os encarnados continuam a ser o clube com mais troféus na competição, perderam diante do Estoril e somaram o oitavo consecutivo sem vencer uma prova que no início tinha um dono quase absoluto que se foi perdendo com o tempo.

O lugar ao sol de Rafik chegou à sombra de um Figueira (a crónica do Benfica-Estoril)

O encontro entre ambos no Campeonato mostrava que não seria um encontro fácil (António Silva ofereceu a vitória nos descontos na Amoreira), o momentos dois conjuntos apontava para outra realidade. Antes desta meia-final, o Benfica levava oito triunfos consecutivos entre todas as provas nacionais e a Liga dos Campeões enquanto o Estoril vinha de quatro derrotas seguidas (duas em forma de goleada, com o Sporting na Liga e o FC Porto na Taça de Portugal). Mais: em seis eliminatórias em competições a eliminar, os canarinhos tinham sempre perdido. Esta noite, em Leiria, a equipa da Linha conseguiu superiorizar-se pela primeira vez no desempate por grandes penalidades e afastou os encarnados de mais uma taça nos penáltis como tinha acontecido na última temporada em Braga para a Taça de Portugal. Contas feitas, e apenas pela segunda vez na história, a Taça da Liga não terá nenhum dos três “grandes” na decisão, sendo que na única vez em que aconteceu até agora o Moreirense de Augusto Inácio surpreendente o Sp. Braga em 2016/17.

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“Estamos muito desapontados. Queríamos chegar à final e ganhar mas temos de aceitar que isto é o futebol. Tivemos várias oportunidades para ganhar o jogo mas não fomos eficazes. Nos penáltis tudo pode acontecer, mas estamos desapontados. Golo sofrido? São coisas que podem acontecer. O Estoril é uma equipa com jogadores rápidos, muito bons na transição, são intensos e esperávamos este tipo de futebol. Tivemos dez grandes oportunidades, mas no final marcámos um golo e esta acaba por ser a história do jogo”, referiu Roger Schmidt após a partida à SportTV, antes de falar também da aposta em Musa e do futuro da equipa.

“O Musa foi para o onze porque está num bom momento de forma. Temos tido alguns jogos em pouco tempo. É um jogador muito importante para nós. Tinha confiança para jogar de início mas infelizmente também falhou algumas ocasiões. Importância do próximo jogo? Bem, ainda não joguei nenhum jogo que não fosse importante para o Benfica. Não é uma vergonha perder contra o Estoril, ainda para mais quando tens várias oportunidades. Os jogadores fizeram um grande jogo, mas há que dar os parabéns ao Estoril porque foram guerreiros. Desejo-lhes o melhor para a final da prova”, comentou ainda o treinador germânico.

Antes, também João Mário tinha expressado a sua desilusão após a derrota e consequente afastamento da final da Taça da Liga. “Foi um jogo disputado, sabíamos que íamos defrontar um adversário muito difícil. Reagimos bem, chegámos ao golo do empate, tivemos várias oportunidades para fazer o 2-1. Não tivemos essa capacidade, é verdade, e nos penáltis é uma lotaria. Mas devemos dar os parabéns ao Estoril, mereceram e estão na final. O que faltou? Era claramente um título, até pela maneira como se joga esta Taça da Liga. Estávamos a um jogo da final, tínhamos essa obrigação. Falha claramente um objetivo e estamos desiludidos. Tem de doer, tínhamos a obrigação de estar na final, tem de doer… Mas a partir de amanhã vamos pensar já próximo jogo do campeonato, que é o nosso principal objetivo e focar nisso”, salientou.