Primeiro, a “Operação Pretoriano”. Depois, as notícias ventiladas sobre uma possível saída do clube no final da temporada. Por fim, claro, a receção ao Rio Ave que pode confirmar o melhor momento da época para o FC Porto com uma inédita série de cinco triunfos consecutivos como ainda não foi alcançado esta temporada. Se fosse por Sérgio Conceição, como o próprio destacou por mais do que uma vez, a conferência de imprensa só iria debruçar-se sobre a parte do futebol. “Se o Boateng e o Aziz são fortes na profundidade, sobre o Fábio Ronaldo e o Costinha do outro com os problemas que criam, como o Rio Ave monta a equipa nos diferentes espaços…”, referiu a determinada altura, explicando que foi isso que lhe ocupou tempo durante a semana de trabalho em que foi também dissecada a última vitória contra o Farense por 3-1. Ainda assim, o treinador não fugiu às restantes questões, mesmo sem entrar em grandes comentários sobre os tema.

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Operação Pretoriano? É uma questão da justiça e todos nós confiamos na justiça, de saber o que as pessoas fizeram ou não. O apoio vem de dentro, é intrínseco aos portistas. Acho que temos de olhar é para o coletivo da massa adepta do FC Porto, que é fantástica no apoio. O líder de uma das claques poderá não estar no jogo, queríamos que estivessem todos os que amam o FC Porto, para puxarem da melhor forma pela equipa, e cabe à equipa ter o comportamento de que os sócios e adeptos gostem para que também puxem pelos adeptos. É normal e natural e espero e tenho certeza que vai acontecer isso”, destacou Conceição.

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“Renovação? É uma pergunta… Vamos lá ver como respondo de acordo com o meu sentimento…. Costumo dizer aos jogadores, e também para os que estão em fim de contrato, que não basta ter contrato, é preciso sentir o clube. Ter contrato é pouco importante se forem responsáveis se forem dedicados, trabalhadores e profissionais. Isso é que é importante. Já foi dito pelo presidente, que só tem 40 anos de presidente e é o mais titulado do mundo, e não é preciso dizer que não é no fim do mandato que se renova com o treinador. Mas isso é óbvio para toda a gente. Os candidatos à presidência são unânimes nisso, têm opinião que o sucesso desportivo da equipa de futebol é muito importante e quanto mais tranquilidade tiver melhor. No meu papel e dos jogadores é pensar exclusivamente em servir o FC Porto e fazer o melhor pela equipa principal e B. Isso é que é o mais importante”, referiu sobre a continuidade ou não no Dragão.

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“Pelo momento do FC Porto, por tudo o que está criado em relação a este panorama eleitoral e tudo o que antecede fase que vivemos, entendo que tudo é notícia e dão um bocadinho mais de ênfase. São títulos um bocadinho maiores em relação às questões que para algumas pessoas interessam. A mim não interessa, só me interessa ganhar ao Rio Ave, é fundamental e está na minha cabeça bem limpo, não há dúvidas algumas. Para outras pessoas pode suscitar interesse e que se fale. Para mim e, penso que para o presidente, não é caso para falar neste momento. Estamos todos de acordo, penso eu”, acrescentou a esse propósito.

Em paralelo com esses temas, Sérgio Conceição falou não só da atual fase da equipa mas também da chegada de Otávio do Famalicão, naquela que foi a única contratação na janela de mercado de janeiro após as saídas de David Carmo e Fran Navarro por empréstimo para o Olympiacos. “O Otávio é mais um central, que vem colmatar uma ausência que temos há quatro meses do Marcano, devido à lesão que lhe bateu à porta. Fazia falta um quarto central para competir porque ainda agora vamos ter um ciclo de sete jogos num mês e é sempre importante ter mais soluções. Foi o jogador que queríamos no contexto em que se insere neste momento,. Quanto mais conhecimento tiver do nosso futebol e do nosso Campeonato melhor, também temos de ver a capacidade financeira que o clube tem para conseguir determinado jogador”, salientou o técnico.

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“Só faz sentido as boas exibições e os resultados se amanhã [sábado] conseguirmos mais um. O que passou, passou. Olhamos para a consistência e a solidez da equipa, que tem tido uma evolução boa, mas queremos manter a estabilidade. O Rio Ave perdeu um jogo em 2024, contra o Benfica, onde esteve em igualdade numérica a fazer excelente jogo. Onde esteve o clique para a melhoria depois do Bessa? Isto é uma evolução natural. Houve jogos que ganhámos pela margem mínima, acharam que não estivemos bem e eu achei que estivemos muitíssimo bem, com conteúdo riquíssimo. Trabalhamos durante a semana e os jogadores depois tentam fazer isso no jogo, depois a bola pode não entrar ou ser uma exibição cheia de brilhantismo. O futebol é assim no resultado mas não é assim no conteúdo e acho que para chegar lá e para a forma como temos de trabalhar, tem de ser bem assimilada”, concluiu Sérgio Conceição a propósito das últimas quatro vitórias.