2024 está a ser simpático para o Manchester United. Depois de um início de temporada complexo, abandonando desde logo a corrida pela Premier League e sendo até eliminada das competições europeias, a equipa de Erik ten Hag virou a página e somou quatro vitórias em cinco jogos, empatando apenas contra o Tottenham e chegando a meio de fevereiro sem qualquer derrota no novo ano.

Em sentido oposto, 2024 está a ser difícil para o Aston Villa. Depois de um início de temporada impressionante, colocando-se na corrida pelo apuramento para a Liga dos Campeões e apresentando a candidatura à conquista da Liga Conferência, a equipa de Unai Emery desacelerou e somou apenas duas vitórias em seis jogos, perdendo com o Newcastle, empatando com o Everton e caindo até da Taça de Inglaterra contra o Chelsea.

Era neste contexto, separados por dois lugares e oito pontos, que Manchester United e Aston Villa se encontravam este domingo no Villa Park — e Erik ten Hag tinha noção da relevância de uma eventual vitória contra uma equipa que só tinha perdido uma vez para a Premier League em casa na atual temporada. “No início de janeiro disse à equipa que cada jogo é uma final, a partir de agora. Isto é uma final e é esse o desafio que assumimos, temos de olhar para este jogo como uma final. Cada jogo a partir de agora será interpretado dessa maneira, já estamos com essa mentalidade”, explicou o treinador neerlandês.

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Assim, o Manchester United apresentava-se com Rashford, Bruno Fernandes e Garnacho no apoio mais direto a Højlund, com Diogo Dalot a ser também titular na direita da defesa e Eriksen a começar no banco face à presença do jovem Kobbie Mainoo no onze inicial. Do outro lado, Unai Emery tinha o inevitável Ollie Watkins como referência ofensiva, com Leon Bailey, McGinn e Jacob Ramsey a surgirem nas costas do avançado inglês.

O jogo arrancou com um ritmo baixo, sem grande intensidade ou aproximações às balizas contrárias, mas os red devils não demoraram muito a assumir o controlo das ocorrências. O Manchester United tinha mais bola e maior presença no meio-campo adversário, com o Aston Villa a apostar muito no posicionamento elevado da linha defensiva para apanhar os atacantes em posição de fora de jogo.

Ainda assim, e com alguma justiça para o que se tinha passado até aí, a equipa de Erik ten Hag acabou por conseguir chegar à vantagem ainda nos 10 minutos iniciais. Canto cobrado na direita, Harry Maguire ganhou nas alturas e Højlund, completamente sozinho e na cara de Emiliano Martínez, atirou para abrir o marcador e marcar pelo quinto jogo consecutivo (17′). O Aston Villa correu atrás do prejuízo até ao intervalo, com André Onana a fazer ainda duas boas defesas que evitaram o empate, e o Manchester United chegou mesmo ao fim da primeira parte a vencer.

Erik ten Hag mexeu logo ao intervalo e trocou Luke Shaw por Lindelöf na esquerda da defesa, sem que se tenha percebido se o lateral inglês teve algum problema físico ou se se tratou simplesmente de uma opção técnica. Watkins teve desde logo uma boa oportunidade para empatar, com Onana a surgir novamente em bom plano a evitar o golo (48′), e depressa se percebeu que o Aston Villa não queria esperar muito tempo pela igualdade.

O tempo de espera durou até aos 67 minutos. Canto cobrado na direita, a defesa do Manchester United começou por conseguir aliviar e Bailey insistiu com um remate cruzado que foi desviado por Douglas Luiz para surpreender Onana e empatar o jogo (67′). Ten Hag reagiu ao golo sofrido com a entrada de McTominay, que substituiu Rashford, e o médio escocês voltou a mostrar que é mesmo o amuleto da sorte da equipa: já dentro dos últimos 10 minutos, Dalot cruzou na direita e McTominay apareceu a cabecear para bater Martínez e garantir a vitória (86′).

O médio escocês leva agora sete golos na Premier League, cimentando ainda mais o estatuto de melhor marcador da equipa no Campeonato, e ajudou o Manchester United a manter a invencibilidade em 2024 e a impor a segunda derrota da temporada em casa ao Aston Villa. Com este resultado, a equipa de Ten Hag ficou agora a cinco pontos da de Unai Emery, mantendo-se na corrida pelo apuramento para as competições europeias.