Uma operação conjunta liderada pelo FBI e pela Agência Nacional de Crime (NCA) do Reino Unido assumiu o controlo da infraestrutura do grupo internacional de cibercrime LockBit. Trata-se de uma operação sem precedentes que conseguiu deter membros de um dos grupos de cibercrime mais conhecidos, nota a Reuters.

O anúncio da operação, que contou também com a Europol e várias agências internacionais de polícia, foi feito esta terça-feira. No próprio site do grupo passaram a figurar os símbolos das várias agências e a inscrição “este site está agora sob controlo da Agência Nacional de Crime do Reino Unido, que trabalha em cooperação próxima com o FBI e uma taskforce de forças policiais internacionais, na ‘Operação Cronos'”.

De acordo com o Guardian, foram detidos pelo menos quatro membros com ligações ao grupo. Duas pessoas foram detidas na Polónia e na Ucrânia e os outros dois arguidos foram presos e acusados dos EUA. Foram ainda nomeadas mais duas pessoas, de nacionalidade russa, que continuam a monte. No site do FBI, é dito que Mikhail Pavlovich Matveev, um dos suspeitos, é procurado pelo Departamento de Estado norte-americano, sendo atribuída uma recompensa de até 10 milhões de dólares a quem ajudar nas buscas.

Em menos de dois anos entrou para o top 5 das ameaças de cibercrime e fez mais de 1.500 vítimas. Quem é o grupo Hive?

As autoridades dizem que o grupo, que era especializado em ransomware fez mais de 2.000 vítimas em todo o mundo. Neste tipo de crime informático, os sistemas e dados das vítimas ficam inacessíveis, sendo habitualmente exigido o pagamento de um resgate, com frequência através de criptomoedas. O Departamento de Justiça dos EUA estima que o grupo tenha recebido mais de 120 milhões de dólares em pagamentos de resgate.

“A partir de hoje, o LockBit está trancado. Conseguimos danificar a sua capacidade e, principalmente, a credibilidade de um grupo que depende do secretismo e anonimato”, disse Graeme Biggar, diretor-geral da NCA, em conferência de imprensa. De acordo com este responsável, também foi possível obter “chaves para ajudar as vítimas a desencriptar os seus sistemas”.

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