O presidente do partido Alternativa Democrática Nacional (ADN) acusou esta terça-feira o Governo de “fomentar a imigração ilegal”, considerando haver “total anarquia” nas plataformas de transporte individual de passageiros em veículo descaracterizado (TVDE) e aumento da criminalidade.

“Nós temos um grave problema entre os TVDE e os táxis, em que existe restrições e leis aos táxis e depois existe total anarquia nos TVDE. Os TVDE constituem um problema em vários pontos, seja em Lisboa, seja no Algarve”, afirmou aos jornalistas Bruno Fialho após uma reunião por videoconferência com a Associação Nacional Táxis Unidos De Portugal — ANTUP, na sede do partido, em Lisboa.

Para o líder do ADN, os TVDE constituem “problemas de segurança devido à imigração ilegal” e “às máfias que existem”.

“Continua um certo extremismo de uma certa ideologia a defender todo o tipo de imigração, quando nós sabemos que os imigrantes precisam de ser protegidos destas máfias e precisamos de controlar e restringir, através de regulamentação própria, a entrada dessas pessoas para que não existam os perigos que têm existido. (…) Ao contrário do que certa extrema ideológica afirma, existe uma conexão entre a imigração ilegal e a criminalidade mais violenta”, observou.

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Sobre a relação entre a imigração e a criminalidade, Bruno Fialho explicou que se baseou em dados “publicados pelas organizações”, bem como em “recortes de jornais”.

De acordo com o último Relatório Anual de Segurança Interna (RASI), referente a 2022, a criminalidade geral aumentou 14,1% e a violenta e grave subiu 14,4% em relação a 2021, mas, em comparação com 2019, mantém-se a tendência descendente dos crimes graves e violentos.

O RASI não faz referência à relação do crescimento da criminalidade com o aumento do número de imigrantes em Portugal.

“É evidente que, (…) se existem máfias que são sustentadas por estes governos, porque não há regulamentação na imigração, a pessoa, até num caso de extrema necessidade, está mais apta para cometer crimes. Isto é o senso comum. Se eu estou num país estrangeiro, tenho fome, não tenho regulamentação, tenho uma máfia atrás de mim. É evidente que eu fico mais próximo de uma atividade criminal”, justificou Bruno Fialho.

“Não é as pessoas que são todas más ou todas boas. É simplesmente a situação pelos governos que faz com que as pessoas depois caiam na criminalidade, e, portanto, é por isso que a imigração ilegal tem de ser travada imediatamente”, acrescentou.

Questionado sobre as afirmações de Pedro Passos Coelho, que participou na segunda-feira, em Faro, num comício da Aliança Democrática (AD), acusando o PS de ter aumentado a insegurança no país, que associou à imigração, o presidente do ADN disse que “qualquer pessoa de bom senso se aproxima desta ideia”.

“Isto não tem a ver com discriminação ou xenofobia, porque nós queremos proteger os imigrantes que vêm trabalhar, os imigrantes que querem contribuir para o país. Portugal é um país de emigrantes, e, portanto, seria um contrassenso desprezar os imigrantes que querem vir trabalhar connosco. Agora, nós temos é de dar condições. (…) Os nossos emigrantes foram para outros países, mas respeitavam as leis, inseriam-se dentro da comunidade”, apontou, referindo que muitos imigrantes “não se conseguem adaptar” à sociedade portuguesa.

Segundo o presidente do ADN, a entrada em Portugal tem de ser feita “com contrato de trabalho e prova que consegue subsistir” no país.

“O combate à imigração ilegal é uma proteção”, sublinhou Bruno Fialho.