França começou esta semana a impor o uso de uniforme em algumas escolas pública, medida que se encontra, agora, em fase de teste e que foi proposta pelo Presidente, Emmanuel Macron, para reforçar a autoridade da escola e “combater o separatismo islâmico”. Caso as primeiras conclusões sejam positivas, o uso de uniforme deverá ser obrigatório a partir do ano letivo 2025/2026.
Na segunda-feira, dia em que a medida começou a ser implementada, Nicole Belloubet, ministra da Educação Nacional francesa, afirmou que 92 escolas apresentaram-se como voluntárias para impor a medida, número abaixo do fixado pelo governo (100). “Queremos comprovar se o uso de farda pode gerar tranquilidade na escola e apaziguar o ambiente escolar. Sabemos que se aprende bem quando o ambiente é tranquilo”, disse a ministra, citada pela AFP.
O projeto de lei foi apresentado por Macron em 2020, que resumiu-o como uma reação ao que considera ser o separatismo islâmico: “Na nossa sociedade, uma minoria religiosa procura impor as suas convicções, desafiando um dos fundamentos da nossa República, o secularismo na escola e na vida pública. O uniforme escolar pode impor um padrão comum. Pode ser percebido como uma medida disciplinar, mas, no fundo, estamos a tentar combater um grande problema”.
Porém, segundo a ABC, os sindicatos não mostraram tantas certezas sobre a eficácia da medida, considerando que esta não permitirá resolver “as dificuldades e os insucessos escolares” e que o custo poderia ser investido em projetos pedagógicos.
No final do ano passado, Emmanuel Macron lançou uma ofensiva policial, jurídica e institucional para combater o “separatismo islâmico”, depois de uma professora ter sido assassinada. Neste contexto, proibiu, em setembro, o uso da abaya islâmica em contexto escolar, decisão que, segundo a imprensa francesa, não resolveu os problemas de integração das crianças de famílias muçulmanas.