O militante bloquista que prometeu num tweet “anular os votos da AD e do Chega” pediu dispensa da mesa de voto onde ia estar a contar boletins no dia 10 de março, a pedido do partido. A publicação em causa já foi apagada, também por “solicitação” do Bloco de Esquerda.

Ao Observador, fonte oficial do Bloco de Esquerda reage à situação sublinhando que “a seriedade do processo eleitoral não é compatível com uma piada de mau gosto”. “Assim que o Bloco tomou conhecimento da publicação, solicitou que esta fosse apagada e que o autor pedisse dispensa da sua função na mesa de voto. Assim foi feito”, lê-se na mesma resposta.

A situação tinha sido denunciado por membros da Iniciativa Liberal e, esta semana, por André Ventura, que usou este exemplo para garantir que o Chega poderia ser alvo de um boicote nestas eleições, chegando mesmo a assegurar que estaria em curso “uma tentativa de desvirtuar estas eleições”.

Ao que o Observador apurou, o autor do tweet seria um militante de base do Bloco, indicado pelo partido para estar numa das mesas de voto em Aveiro. O partido pediu-lhe que apagasse a publicação e se retirasse destas funções no mesmo dia em que a mensagem foi publicada, a 29 de fevereiro, coisa que terá cumprido.

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Já este domingo, e depois de a Comissão Nacional de Eleições ter dito que não há queixas sobre as suspeitas levantadas, o líder do Chega admitiu a possibilidade de fazer uma participação sobre o caso. Diante dos jornalistas, tirou mesmo uma folha do bolso, com a publicação original impressa (“Mesas de voto. Here we go, votos no Chega e AD serão considerados nulos”) e mostrou-a. “Este membro da mesa está a dizer que vai anular os votos do Chega. Se isto não é grave para a CNE então não está aqui a fazer nada”, atirou Ventura. “Se precisarem que o Chega meta por escrito e envie coisas como esta, enviamos”.

O “risco” e o “medo” de ser do Chega. Como Ventura voltou ao discurso da perseguição ao partido na campanha