Iolanda venceu o Festival da Canção e vai representar Portugal na Eurovisão, que decorre entre os dias 7 e 11 de maio em Malmö, na Suécia. A artista, que participou através de convite, ganhou a final do concurso este sábado à noite com a música Grito. Iolanda recebeu o prémio das mãos de Mimicat, a vencedora da edição do ano passado.

Cantora e compositora, Iolanda estreou-se em nome próprio em 2023 com o EP Cura, que incluía os singles Cura e Lugar Certo, lançados um ano antes. A artista, natural da Figueira da Foz, passou pelo BIMM Music Institute, em Londres, Reino Unido, e pelo Hot Clube de Portugal. Além de ser intérprete, escreve para artistas como Bárbara Tinoco ou Bárbara Bandeira.

Iolanda chegou ao Festival da Canção através de convite, e a canção Grito foi selecionada na primeira semifinal. “Não estava nada à espera do convite e, de repente, dei por mim a pensar ‘Se tivesse feito uma livre submissão, iria, sem dúvida, com o Grito.’ Não tinha outra. Acho que a guardei um bocadinho nessa expectativa, sempre positiva, de, se um dia me apetecesse ir ou se surgisse um convite, levá-la. Por isso é que nunca a lancei e, quando surgiu o convite, terminámos a canção”, contou ao jornal Novo. A canção, co-escrita por Luar, foi das mais ouvidas nas plataformas de streaming e era apontada como uma das favoritas a vencer o concurso.

Venceu com 22 pontos, após a pontuação máxima (12 pontos) ter-lhe sido atribuída pelo júri. O público atribuiu-lhe 10 pontos. A votação foi decidida por júri e público, numa ponderação de influência de 50-50 (em caso de igualdade, era o voto do público que desempatava), tal como acontecera nas semifinais. O júri que ajudou a decidir esta final tinha círculos por cada uma das cinco regiões de Portugal Continental — Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve — e pelas duas regiões autónomas, Madeira e Açores. Em segundo lugar ficou João Borsch, com …Pelas Costuras, que venceu a votação do público, e em terceiro Leo Middea, com Doce Mistério.

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Numa curta reação pouco antes de voltar ao palco para interpretar uma última vez Grito, Iolanda agradeceu aos que nela votaram e apelou ao voto nas eleições legislativas desde domingo.

[A atuação de Iolanda na final do Festival da Canção:]

A final do Festival da Canção aconteceu este sábado à noite nos estúdios da RTP, em Lisboa, e contou com a participação de 12 artistas e canções. O evento foi conduzido por Filomena Cautela e Vasco Palmeirim e incluiu uma atuação de homenagem aos 50 anos do 25 de Abril de 1974. Filipe Melo e Samuel Úria juntaram-se a Alex D’Alva Teixeira, Ana Lua Caiano, Luca Argel e Paulo Carvalho para um momento de celebração. No medley de canções ligadas ao dia da revolução estiveram Que Amor Não me Engana, de José Afonso, Liberdade, de Sérgio Godinho, Tanto Mar, de Chico Buarque, além de E Depois do Adeus, música de José Calvário e letra de José Niza que, interpretada por Paulo de Carvalho, venceu o Festival da Canção em 1974 e, um mês depois, foi usada como primeira senha da Revolução.

[O momento de celebração dos 50 anos do 25 de Abril:]

Como é hábito, a vencedora da edição anterior do certame também regressou ao palco do Festival da Canção. Mimicat, nome artístico de Marisa Mena, cantou Ai Coração, tema com o qual foi a vencedora da edição de 2023 do festival, naquela que foi a primeira vez que uma candidatura por livre submissão ganhou o concurso. Mimicat acabaria depois por ficar em 23º lugar na Eurovisão, um dos últimos lugares da tabela, numa edição vencida pela Suécia, representada pela cantora Lorren, com a música Tattoo — a artista já tinha conquistado a Eurovisão em 2021 com o tema Euphoria.

[Mimicat no palco do Festival da Canção 2024:]

Mimicat pisaria uma segunda vez o palco para, ao lado de The Black Mamba, Tó Cruz e Anabela cantar um medley de seis canções dos ABBA. No ano em que se assinalam os 50 anos sobre a vitória da banda sueca na Eurovisão com Waterloo, muito se tem especulado sobre uma eventual reunião no Festival em maio. Benny Andersson, um dos membros da banda, em entrevista à televisão britânica BBC já garantiu que tal não vai acontecer. “Eu não quero e se eu não quero, eles também não vão. É o mesmo para os quatro – se alguém diz não, é não”, sublinhou apoiado por Bjorn Ulvaeus, que acrescentou que a banda “pode celebrar os 50 anos dos ABBA sem subir ao palco”.

[The Black Mamba, Tó Cruz, Anabela e Mimicat cantam ABBA no palco do Festival da Canção 2024:]

Portugal foi o último país a escolher o representante para levar ao 68.º Festival Eurovisão da Canção, que este ano se realiza em Malmö, na Suécia, de 7 a 11 de maio.