A Seleção Nacional de andebol complicou o apuramento para os Jogos Olímpicos com uma derrota na jornada inaugural do Torneio Pré-Olímpico, contra a Noruega, mas sabia que continuava a depender apenas dos próprios resultados para chegar a Paris. Em resumo, Portugal sabia que tinha de vencer a Tunísia, este sábado, e voltar a vencer a Hungria, no domingo, para não deixar fugir um dos primeiros dois lugares do Grupo C e carimbar a qualificação.

Na cidade húngara de Tatabánya, onde está a decorrer o Torneio Pré-Olímpico que se estende por três grupos e 12 seleções, Portugal procurava vincar o favoritismo contra a Tunísia — que não deixava de ser uma potência africana, 10 vezes campeã continental, com um quarto lugar no Mundial 2005 e quatro presenças nos Jogos Olímpicos contra apenas uma da Seleção Nacional, que se estreou em Tóquio.

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“Nada está perdido. Vamos continuar a fazer o que temos feito, lutar até ao fim. Estamos a preparar-nos, a ver o que é que podemos melhorar em relação ao jogo com a Noruega. A Tunísia deu uma boa réplica à Hungria e precisamos de jogar bem”, explicou o selecionador Paulo Jorge Pereira na antevisão da partida, sublinhando que os tunisinos perderam com os húngaros na primeira jornada e que, por isso mesmo, também estavam forçados a vencer este sábado para ainda poderem sonhar com Paris.

“Temos mais dois jogos muito importantes, a qualificação está ao nosso alcance. Agora é ganhar os dois jogos que faltam, porque é a única maneira de lá irmos. Vamos preparar-nos para isso, sabemos que podemos conseguir”, acrescentou Martim Costa, jogador do Sporting que é uma das referências portuguesas.

Portugal começou muito bem, alcançando uma vantagem de quatro golos sem resposta, mas a Tunísia soube responder depois de um time out e conseguiu mesmo dar a voltar ao marcador (5-6). Paulo Jorge Pereira chamou os jogadores para lhes pedir “paciência” e a dica resultou: a Seleção voltou a superiorizar-se, Joaquim Nazaré e Luís Frade ganharam protagonismo com sete golos em conjunto e os portugueses alcançaram a maior vantagem do jogo até então (14-7). Os tunisinos conseguiram encurtar a vantagem depois de largos minutos sem marcar, mas Portugal foi mesmo para o intervalo com seis golos de distância no marcador e a ideia de que estava melhor do que o adversário (18-12).

Portugal voltou a começar muito bem na segunda parte, concedendo muito pouco à Tunísia e convertendo quase sempre que se aproximava da baliza adversária, chegando mesmo a uns inéditos 10 golos de vantagem (23-13). A história do primeiro tempo repetiu-se, com o selecionador tunisino a pedir um time out e a equipa africana a conseguir recuperar algum equilíbrio que lhe permitiu aproximar-se da Seleção no marcador e contrariar ligeiramente a ideia de que o jogo já estava fechado.

Ainda assim, a superioridade portuguesa era evidente. Paulo Jorge Pereira foi lançando Pedro Portela e Martim Costa, jogadores que até aí tinham sido poupados claramente já a pensar no jogo de domingo contra a Hungria — a par de Kiko Costa, que não chegou mesmo a sair do banco — e Portugal raramente caiu do limiar dos 10 golos de vantagem. No fim, a Seleção Nacional venceu a Tunísia (37-29) e continua a alimentar o sonho de chegar aos Jogos Olímpicos de Paris, sendo que para isso terá de vencer a Hungria, que defronta a Noruega ainda este sábado, já este domingo (20h).