Dani Alves mantém a esperança de deixar a prisão. Condenado a quatro anos e seis meses de pena efetiva em fevereiro, por ter sido considerado culpado de violar uma jovem numa discoteca de Barcelona, o antigo internacional brasileiro voltou a surgir em tribunal esta terça-feira para pedir a liberdade provisória até ser conhecido o resultado do recurso que apresentou.

De acordo com a imprensa espanhola, Dani Alves afastou o perigo de fuga que é apresentado pelo Ministério Público — e que sempre o impediu de aguardar julgamento em liberdade, tendo permanecido em prisão preventiva desde que foi detido, no início de 2023, até agora. “Não vou fugir, acredito na Justiça”, terá dito o brasileiro, que procurou assegurar que pretende ficar em Espanha durante todo o processo e que falou através de vídeoconferência.

Dani Alves, internacional brasileiro e antigo jogador do Barcelona, condenado a quatro anos e seis meses de prisão por agressão sexual

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Segundo o jornal Marca, a advogada do antigo jogador argumentou que a indemnização de 150 mil euros que Dani Alves já pagou à vítima serve precisamente de “atenuante para reduzir a pena” e que isso deverá ser considerado “como muito relevante”. A decisão sobre a liberdade provisória deve ser conhecida até ao final da semana, mantendo-se a dúvida sobre a possibilidade de o brasileiro sair da prisão pela primeira vez em mais de um ano.

Dani Alves foi condenado a quatro anos e seis meses de prisão por agressão sexual no final de fevereiro, há cerca de um mês, depois de ter sido acusado de violar uma jovem numa discoteca de Barcelona no final de 2022. O brasileiro de 40 anos foi julgado ao longo de três longas sessões e a sentença também ditou o pagamento da tal indemnização de 150 mil euros à vítima e a proibição de contacto, para além de cinco anos de liberdade condicional. Ainda assim, o Ministério Público espanhol tinha pedido uma pena mais gravosa, chegando aos nove anos de prisão.

O caso remonta a 30 de dezembro de 2022. Na altura, Dani Alves foi acusado por uma jovem de 23 anos de a ter violado na casa de banho da discoteca Sutton, em Barcelona, onde estava numa zona VIP com alguns amigos. O jogador foi detido durante o mês de janeiro do ano seguinte, viu todos os pedidos de prisão domiciliária serem recusados e permaneceu em prisão preventiva ao longo de toda a investigação, acabando por ser formalmente acusado no passado verão.

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Segundo o jornal AS, o tribunal considerou provado que “o acusado agarrou bruscamente a vítima, a atirou ao chão e, evitando que pudesse mover-se, a penetrou vaginalmente, ainda que a vítima tenha dito ‘não’ e pedido para ir embora”. “Com tudo isto, cumpre-se a ausência de consentimento com o uso da violência e acesso carnal”, acrescentou. A defesa de Dani Alves pediu que a pena do jogador fosse condicional ao longo de todo o julgamento, alegando que o brasileiro estava sob o efeito de bebidas alcoólicas, mas viu a pretensão ser recusada e acabou por recorrer.

Certo é que a sentença de Dani Alves poderia ter sido maior — e só não foi devido à ajuda de Neymar. Nas últimas semanas, já depois de o julgamento ter começado, a juíza do tribunal de Barcelona indicou que uma indemnização voluntária poderia servir como atenuante para a pena do brasileiro. Ora, nos dias seguintes, o pai de Neymar transferiu 150 mil euros para a defesa de Dani Alves, algo que foi confirmado como “ajuda a um amigo” e “com independência do resultado do julgamento”. O valor, independente da indemnização incluída na pena final, acabou por reduzir a sentença do jogador a quatro anos e seis meses de prisão.

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