O Ministério Público acredita que o empresário Manuel Serrão, envolvido na Operação Maestro, terá alegadamente usado várias contas bancárias em nome de terceiros e de sociedades para ocultar a origem ilícita do dinheiro que terá recebido num alegado esquema de fraude com fundos europeus.

Segundo o Público, algumas dessas contas seriam controladas por um cunhado, identificado na investigação como um dos principais cúmplices de Serrão, que também controlaria as contas e aplicações financeiras da mãe, com mais de 90 anos, que usaria para dissipar a proveniência das verbas.

Operação Maestro. Manuel Serrão suspeito de viver oito anos no Sheraton do Porto à custa de fundos europeus

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A investigação acredita que Manuel Serrão, com o apoio de um cunhado e um amigo, usava o conhecimento que tinha de fundos europeus para se apropriar de uma parte dos apoios atribuídos à Associação Seletiva Moda, entidade que controlava.

Como o Observador já escreveu, a Associação Seletiva Moda foi financiada por fundos europeus, mas um dos projetos que o COMPETE 2020 terá acabado por apoiar indiretamente foi a “residência permanente” no Hotel Sheraton, no Porto, durante oito anos, entre 2015 e 2023. Segundo a Polícia Judiciária, essa foi uma das despesas que a Associação Seletiva Moda apresentou ao COMPETE 2020 como sendo elegível, e que terá sido aceite pela entidade gestora.

No âmbito da Operação Maestro, não foram feitas ainda quaisquer detenções. Manuel Serrão e Júlio Magalhães, também envolvido na investigação, são colaboradores do Observador. Na sequência das notícias sobre a Operação Maestro, por comum acordo, os dois não participarão temporariamente na Rádio Observador.

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