A dívida pública portuguesa detida pelas famílias voltou a aumentar em 2023, atingindo 17%, enquanto os investidores estrangeiros reduziram o seu peso, apesar de continuarem a ser o grupo com maior preponderância, revelou esta segunda-feira o Banco de Portugal (BdP).

Os dados do regulador indicam que as famílias portuguesas detinham no final do ano passado 17% do total da dívida pública do país, voltando assim a reforçar o seu peso, já que em 2022 detinham cerca de 13% e em 2021 cerca de 12%.

O novo aumento deveu-se essencialmente à subscrição, pelas famílias, de Certificados de Aforro (CA), sobretudo na primeira metade do ano, parcialmente compensada pelo desinvestimento em certificados do Tesouro, explica o regulador bancário.

Ainda assim, os investidores estrangeiros continuaram a ser os principais detentores de títulos da dívida pública portuguesa, com 42%.

No entanto, a percentagem representa uma redução, já que os investidores não residentes detinham, no final de 2022, 45% do total da dívida pública portuguesa.

Em 2023, o Banco de Portugal detinha 26% e os bancos residentes 11%.

Os dados do BdP indicam que, no final de 2023, 51% da dívida pública tinha um prazo residual superior a cinco anos, e 23% da dívida pública atingia o seu vencimento no prazo de um ano (os certificados do Tesouro e os certificados de aforro detidos por particulares são considerados produtos com maturidade residual até um ano).

A dívida pública portuguesa caiu para 99,1% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023, uma redução de 13,3 pontos percentuais face a 2022.

A dívida pública na ótica de Maastricht diminuiu 9,3 mil milhões de euros, para 263,1 mil milhões de euros no ano passado.

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