A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) defendeu, esta terça-feira, que o novo Governo, liderado por Luís Montenegro, tem que melhorar os preços à produção, aplicando uma lei que proíba que os agricultores recebam abaixo dos custos de produção.

“No contexto da apresentação e subsequente tomada de posse do novo Governo, a CNA reitera as suas reclamações para resolver os muitos problemas que afetam o setor agroflorestal e o mundo rural, a começar pela urgente necessidade de melhorar os preços à produção e os rendimentos dos agricultores”, indicou, em comunicado.

Conforme apontou, os sucessivos governos não demonstraram “vontade política” em resolver o esmagamento dos preços na produção, que geram “inaceitáveis desequilíbrios na distribuição de valor” na cadeia agroalimentar.

Por outro lado, os consumidores têm que gastar mais dinheiro pelos alimentos, enquanto os donos dos principais supermercados “continuam a acumular lucros milionários”.

Assim, a CNA reiterou ser urgente que o novo governo assegure o escoamento da produção nacional a preços justos, aplicando ainda uma lei que “proíba pagar aos agricultores abaixo dos seus custos de produção”.

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Os agricultores dizem estar a ser penalizados pela aplicação de uma redução de 50% na elegibilidade das áreas de pastoreio nos baldios no âmbito das ajudas da Política Agrícola Comum (PAC).

A isto soma-se a eliminação de 90.000 hectares de zonas baldias, através da revisão do parcelário.

A CNA exige assim a reversão dos cortes para garantir que “aqueles que ainda resistem nas suas aldeias aí possam continuar a viver e trabalhar na agropecuária”.

Os agricultores querem ainda ver reforçado o seu ministério, com a inclusão das Florestas e do Desenvolvimento Rural.

A par disto reclamam a “rápida concretização do processo eleitoral para a Casa do Douro”, instituição que sublinham ser importante para a defensa dos interesses dos pequenos e médios produtores da região, sobretudo para a regulação dos preços.

O novo Governo vai ser apresentado esta quinta-feira, estando a tomada de posse agendada para 2 de abril.