O diretor dos serviços secretos russos, o Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB, na sigla original), Alexander Bortnikov, disse que acredita que os EUA, o Reino Unido e a Ucrânia podem estar por trás do ataque à sala de espetáculos Crocus City Hall, em Moscovo, que matou mais de 130 pessoas.

Questionado sobre se esses três países eram responsáveis pelo ataque reivindicado pelo autoproclamado Estado Islâmico, Bortnikov respondeu: “Acreditamos que isso é verdade. Em qualquer caso, estamos a falar agora da informação factual que temos. Esta é uma informação geral, mas eles [esses países] têm um longo histórico [de ações] deste tipo”.

Além disso, de acordo com a agência estatal TASS, o diretor dos serviços secretos russos afirmou que se espera que a Ucrânia, para demonstrar as suas capacidades, “realize sabotagem e atos terroristas na retaguarda”. “Isto é o que pretendem tanto os chefes dos serviços especiais da Ucrânia como os serviços especiais britânicos. Os serviços especiais dos EUA têm repetidamente mencionado isso também”, acrescentou.

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Para sustentar a sua opinião, Alexander Bortnikov argumentou que existem informações que mostram que “o Ocidente e a Ucrânia pretendem causar grandes danos” à Rússia e salientou que o território russo foi alvo de “ataques de drones, ataques de barcos sem tripulação no mar e incursões de grupos de sabotagem e organizações terroristas”.

Antes do diretor do FSB, já Nikolai Patrushev, secretário do Conselho de Segurança da Rússia e aliado próximo de Putin, tinha dito que a Ucrânia estava “obviamente” por trás do ataque. “ISIS ou Ucrânia?” foi a questão feita por um jornalista, que levou à resposta: “A Ucrânia, claro”.

A Ucrânia tem negado qualquer envolvimento no ataque, que fez pelo menos 139 vítimas mortais e que foi reivindicado pelo autoproclamado Estado Islâmico. As acusações feitas pela Rússia esta terça-feira já foram classificadas por Kiev como “mentiras”.

“Outra vez. Isto é agora crónico. Há factos irrefutáveis de entendimento comum (em diferentes países) das causas e consequências, descrença total, mesmo por parte de países neutros, sobre o ‘rasto ucraniano no atentado terrorista na Crocus City Hall. E, no entanto, depois da mentira de Putin, (…) as mentiras são oficialmente difundidas pelo sujeito Patrushev e depois pelo ‘chefe do FSB”, escreveu Mykhailo Podolyak, conselheiro do Presidente Zelensky, na rede social X, antigo Twitter.