A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) vai esta quarta-feira para a última reunião com a Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde (DE-SNS) e INEM com a expectativa “bastante baixa” para um acordo tripartido que responda às exigências de financiamento.

O último encontro negocial entre a Liga dos Bombeiros, DE-SNS e Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) decorre esta quarta-feira à tarde na Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed), em Lisboa.

“Nós não sabemos o que vai acontecer, mas a nossa expectativa é bastante baixa em relação à assinatura de um documento de acordo tripartido entre a DE-SNS, INEM e a Liga”, indicou à agência Lusa o presidente da LBP.

De acordo com António Nunes, sem o acordo do INEM não será possível chegar a um entendimento. “Por parte do INEM houve algumas reuniões técnicas, mas há a informação, até agora, de que há dificuldade em [chegar a] um acordo do ponto de vista financeiro, sem o qual é impossível alcançar um memorando de entendimento”, assegurou.

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À saída da reunião de 26 de fevereiro, no Porto, António Nunes revelou que o INEM tinha até 15 de março para apresentar um documento que respondesse às exigências feitas pela LBP, o que não aconteceu até ao momento. “O INEM, no dia 2 de fevereiro, devia ter entregado [o documento], não entregou, devia ter entregado em 15 de março, não entregou, portanto, parece que há aqui uma situação de incongruência ou de incapacidade por parte do INEM em apresentar os documentos, que deu um certo incumprimento daquilo que eram as expectativas que poderiam ter sido criadas. Logo, não vemos como é que será possível ter esse acordo”, salientou esta quarta-feira o presidente da LBP.

INEM tem até 15 de março para chegar a acordo com Liga dos Bombeiros

Questionado sobre que resposta a LBP dará caso as negociações falhem, António Nunes disse que serão repostas em cima da mesa as medidas de protesto, como recusa no transporte de doentes com altas hospitalares, que tinha sido anunciada em janeiro mas que foi suspensa. “Vamos colocar em cima da mesa aquilo que suspendemos em janeiro. Em janeiro, houve um conjunto de ações que estavam previstas e suspendemos, porque estávamos em negociações, em conversações e, portanto, não havia razão nenhuma para que ocorresse qualquer ação durante esse período”, observou.

A LBP entregou no Ministério da Saúde uma carta de protesto para “expressar formalmente o descontentamento” dos bombeiros voluntários em relação às comparticipações pagas pelo Estado aos serviços prestados no âmbito da saúde, nomeadamente transporte de doentes e missões de socorro pré-hospitalar.