A campanha eleitoral no FC Porto continua quente e André Villas-Boas não mostra ter intenções de querer colocar água na fervura. Na apresentação do projeto da Academia de alto rendimento que pretende construir em Gaia, o candidato foi confrontado com as palavras de Pinto da Costa, em entrevista à SIC. O atual presidente do clube portista tratou sempre a campanha de André Villas-Boas como “a campanha do Luís André”. Tema que valeu uma resposta onde garantiu não estar incomodado.

“Eu tenho um bom nome à portuguesa e não tenho problemas nenhuns com isso”, começou por dizer entre sorrisos. O tom tornou-se mais tenso de seguida: “O presidente acabou por torná-lo jocoso. Quando eu ganhei quatro títulos num ano no FC Porto não me tratava por Luís André, de certeza. Era pelo nome pelo qual era mais conhecido. De todas as formas, tendo em conta o boletim de voto e as eleições, fez-nos um favor enorme para evitar confusão nos sócios”, garantiu em declarações aos jornalistas no dia em que a CMVM suspendeu a negociação de ações do clube portista.

André Villas-Boas voltou a defender que é preciso “transparência nas contas” do clube, salientando que o Conselho de Administração do FC Porto tem a responsabilidade de informar os sócios. “Penso que a CMVM reagiu depois da declarações de ontem [segunda-feira]. Pediu esclarecimentos e o FC Porto tem de responder. O que posso esperar é que não tenham havido multas para o clube devido às falhas de comunicação, começou por dizer.

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“É a responsabilidade de uma empresa cotada em bolas. Com os negócios negócios estruturantes que estão a acontecer à volta do FC Porto. A CMVM terá decidido intervir. A responsabilidade está do lado do Conselho de Administração do FC Porto”, reforçou.

O anúncio da suspensão das negociações de ações do FC Porto pela CMVM aconteceu depois de uma entrevista de Pinto da Costa à SIC. Um dos temas fortes no discurso do presidente portista foi, de novo, a questão das arbitragens. No Monsanto, André Villas-Boas não fugiu a comentar o tema, tendo igualmente deixado criticas ao trabalho de António Nobre no Estoril-FC Porto na sexta-feira. “Vimos de um fim de semana que ficou marcado por erros claros de arbitragem. O que aconteceu foi grave e é importante que as instituições respeitem os clubes”.

André Villas-Boas saiu ainda em defesa de Sérgio Conceição, que denunciou um episódio do Estoril-FC Porto, mas da Taça de Portugal, que envolveu Hélder Malheiro e o jogador Francisco Conceição,  “É importante haver esclarecimentos das instituições que governam o futebol português. Não se se podem escudar em multas para as pessoas que trazem verdades para a praça pública. Sérgio Conceição é uma pessoa de caráter e de palavras. Não iria mentir no que disse sobre certos casos. Como tal, é importante que as instituições falem e esclareçam os casos”, afirmou.

As declarações de André Villas-Boas aos jornalistas aconteceram após a apresentação do centro de alto rendimento que pretende construir se for eleito presidente do FC Porto. É uma iniciativa dividida em três fases de construção, onde estão incluídos os trabalhos preparatórios. O projeto engloba a construção de cinco campos de futebol e uma residência com 46 quartos. Está ainda prevista a construção de um pavilhão.  O investimento total é de aproximadamente 35 milhões de euros.  José Pedro Pereira, administrador financeiro da candidatura de André Villas-Boas, espera que a construção possa estar finalizado em dezembro de 2026.

As eleições no FC Porto estão marcadas para dia 27 de abril. Prevê-se que seja dos atos eleitorais mais concorridos da história do clube e André Villas-Boas deixou um apelo ao voto. “Espero uma adesão em massa por parte dos sócios nas eleições. Temos bons indicadores para  nossa campanha que é muito forte. O FC Porto acordou e os associados estão a discutir o futuro do clube como não acontecia antes. Estamos confiantes num bom resultado”, concluiu.