Foram detidas esta quinta-feira 22 pessoas numa megaoperação liderada pela Procuradoria Europeia para investigar uma organização criminosa suspeita de uma fraude de 600 milhões de euros de fundos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) de Itália, destinado a apoiar a economia após a pandemia de Covid-19.

Em comunicado, a Procuradoria Europeia revelou que durante a manhã desta quinta-feira decorreram dezenas de buscas em quatro países europeus — Itália, Áustria, Roménia e Eslováquia. Dos 22 suspeitos oito estão agora em prisão preventiva e os outros 14 em prisão domiciliária. Segundo o jornal Politico, as autoridades apreenderam relógios rolex, ouro, jóias, e criptomoedas, bem como vários carros, incluindo um Lamborghini, um Porsche e um Audi Q8.

As autoridades europeias suspeitam que nos últimos três anos a organização criminosa pôs em marcha um plano para receber indevidamente os fundos europeus. Tudo terá começado quando, em 2021, os membros do grupo se candidataram a receber subsídios a fundo perdido para apoiar a digitalização, inovação e competitividade de pequenas e médias empresas “fictícias”. Alegavam como objetivo o desejo de recuperação e de expandir a atividade empresarial para mercados estrangeiros.

Os suspeitos terão criado e submetido documentos falsos para provar que as empresas estavam ativas e eram lucrativas. Uma rede de contabilistas, prestadores de serviços e notários públicos terá então apoiado os suspeitos na obtenção dos fundos, um total de 600 milhões de euros que foram transferidos para contas bancárias na Áustria, Roménia e Eslováquia.

“Os suspeitos usaram tecnologias avançadas, como VPNs, cloud servers, criptoativos e softwares de inteligência artificial, no esquema fraudulento e para esconder e proteger o negócio ilegal”, refere a nota da procuradoria.

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