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A central nuclear de Zaporíjia não era alvo de ataques desde novembro de 2022, altura em que Rússia e Ucrânia acordaram tréguas naquela que é a maior instalação nuclear da Europa e que está nas mãos de Moscovo praticamente desde o início da guerra. Voltou a ser atacada este domingo, mas há ainda muitas dúvidas sobre a sua origem — a Rússia acusa a Ucrânia e a Ucrânia acusa a Rússia.

Para já, sabe-se que o ataque foi feito com recurso a drones que atingiram uma zona de carga, uma cantina e parte de um dos reatores da central nuclear. A Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) deu ainda outra certeza, esta segunda-feira: “Estes ataques imprudentes aumentam significativamente o risco de um grande acidente nuclear e devem terminar imediatamente”.

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Mas esta agência prefere não apontar, neste momento, responsabilidades a nenhum dos países. Nesta parte, a AIEA disse apenas, citada pelo The Guardian, que os inspetores estiveram na central, tendo visto destroços de drones e “manchas de sangue ao lado de um veículo de logística militar danificado”, o que poderá indicar a existência de, pelo menos, uma vítima.

Localizada em território ucraniano, a Rússia conseguiu controlar a central nuclear de Zaporíjia praticamente no início da invasão russa à Ucrânia. E os ataques foram constantes até novembro de 2022. Agora, Moscovo acusa Kiev de ter atacado a central que antes controlava, dizendo que “as tentativas das forças armadas ucranianas de atacar a central nuclear de Zaporíjia continuam”.

Por outro lado, a Ucrânia defende que a Rússia está a espalhar informações falsas e acusou Moscovo de atacar a central para poder acusar a Ucrânia, “fingindo que a ameaça à central e à segurança nuclear está a chegar da Ucrânia”, defendeu Adriy Kolavenko, responsável pelo centro ucraniano de combate à desinformação. E esta terça-feira, num comunicado divulgado pela Energoatom, esta empresa estatal ucraniana de energia nuclear refere que “o Kremlin intensifica mentiras sobre os ataques à central nuclear de Zaporíjia” e volta a acusar a Rússia de manipular informação.

“As declarações falsas do Kremlin sobre supostos ataques de drones pela Ucrânia não são mais do que uma tentativa de esconder as próprias intenções de realizar um ataque terrorista ou esconder acidentes graves que já aconteceram na estação”, acrescentou a Energoatom.